Título: Receita investiga sonegadores do INSS
Autor: Baldissarelli, Adriana; Rangel, Juliana
Fonte: O Globo, 21/06/2008, Economia, p. 34

Fisco encontrou irregularidades em contribuições previdenciárias de 6.455 empresas.

BRASÍLIA. A Receita Federal anunciou ontem uma operação para combater a sonegação no recolhimento de contribuições previdenciárias. Segundo o secretário-adjunto do Fisco, Paulo Ricardo Cardoso, foram encontrados fortes indícios de irregularidades em 6.455 empresas. Essas pessoas jurídicas apresentaram dados discrepantes entre o valor declarado com o pagamento de funcionários e o recolhido a título de contribuição previdenciária. Cardoso afirmou que o potencial de sonegação chega a R$6 bilhões.

- São contribuintes que, através de procedimentos escusos, não pagaram a contribuição previdenciária. Temos indícios fortes - afirmou Cardoso.

Os contribuintes que apresentaram as maiores discrepâncias nas informações prestadas à Receita serão os primeiros investigados. Um grupo de 1.700 empresas começará a ser fiscalizado já na segunda-feira. A Receita fez um cruzamento entre os dados apresentados nas declarações do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (DIPJ), do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF) e na Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP).

Unificação de secretarias permitiu cruzamento de dados

Segundo Cardoso, esta é a primeira vez que a Receita Federal realiza uma operação com base nesse cruzamento. Ela foi possível graças à unificação entre as secretarias da Receita Federal e da Receita Previdenciária em maio de 2007.

Essa é a terceira operação de fiscalização iniciada este ano pela Receita Federal. A primeira começou em março e envolve 37 mil pessoas físicas suspeitas de fazerem operações irregulares no mercado imobiliário e com cartões de crédito. Já a segunda foi iniciada no início de junho para um grupo de 22.403 contribuintes que tiveram movimentação financeira suspeita. Segundo o coordenador-geral de Fiscalização da Receita, Marcelo Fisch, nas operações realizadas, a sonegação se confirma em 92% dos casos.