Título: Grupo de Garotinho resiste a Paes no PMDB
Autor: Menezes, Maiá
Fonte: O Globo, 22/06/2008, O País, p. 12

Itagiba afirma que nome de favorito levaria insegurança jurídica à candidatura peemedebista.

A mais conturbada performance do período pré-eleitoral tem seu desfecho hoje, a partir das 10h, na Câmara dos Vereadores, no Centro do Rio: o PMDB deverá confirmar o nome do ex-deputado e ex-tucano Eduardo Paes como candidato à prefeitura, mesmo sob protestos do grupo do ex-governador Anthony Garotinho e do deputado federal Marcelo Itagiba. A candidatura própria foi sacramentada pelo partido, há duas semanas, no mesmo encontro que sepultou a aliança com o DEM. Uma semana antes, os peemedebistas haviam descartado a aliança com o PT e o apoio à candidatura de Alessandro Molon.

Eduardo Paes passou os últimos dez dias conversando com os convencionais do partido, para tentar driblar uma resistência interna: ao entrar no PMDB já como pré-candidato, apadrinhado pelo governador Sérgio Cabral, o ex-deputado despertou desconfiança dos delegados. Paes conta agora com o apoio do secretário-geral do PMDB, Jorge Picciani, seu ex-adversário no partido:

¿ Eu saúdo a iniciativa do partido de ter candidatura própria. Creio que os obstáculos foram superados. Durante esses dias, busquei conversar com o maior número de delegados possível. No dia 23, farei campanha pelo candidato que ganhar as prévias ¿ afirma Paes.

Os adversários de Paes agora se fiam na desincompatibilização do ex-secretário para minar a pré-candidatura. Garotinho, em reunião com militantes do partido, na semana passada, alertou para os riscos de impugnação do nome de Paes, cuja saída da secretaria foi homologada retroativamente no Diário Oficial do estado.

Concorrente de Paes, o deputado Marcelo Itagiba afirma que a candidatura dele, caso seja aprovada pela convenção, é frágil. No encontro, diz o deputado, qualquer militante poderá questionar a desincompatibilização do adversário, feita de forma retroativa.

¿ Vou à convenção esperando a vitória. Lutei desde o princípio pela candidatura própria. Mas a instabilidade jurídica vai permear o processo político eleitoral, se ele vier a ganhar a convenção. Está clara a manobra ¿ diz Itagiba.

O deputado afirma ainda que a escolha de Paes parece uma manobra para evitar que o partido tenha candidato:

¿ Parece que escolheram alguém que não tem condição de ser candidato, para que o partido fique sem condição de disputar ¿ disse o deputado.

¿ A questão da desincompatibilização é especulação de quem teme disputar na política ¿ reage Paes.