Título: Analistas se dividem sobre patamar ideal
Autor: Duarte, Patrícia
Fonte: O Globo, 24/06/2008, Economia, p. 18

BRASÍLIA. Para o ex-diretor do Banco Central Carlos Tadeu de Freitas, o Conselho Monetário Nacional (CMN) vai manter a meta em 4,5%, com a mesma margem de dois pontos percentuais, porque a inflação em alta deve permanecer pelos próximos meses. Assim, vai gerar reflexos até 2010. Isso porque, afirmou ele, o ciclo de alta nos preços das commodities deve continuar em 2009 e, caso houvesse uma meta menor em 2010, a política monetária para segurar os preços seria ainda mais amarga. Ele lembrou que, em apenas dois encontros, a taxa básica de juros subiu um ponto percentual, para 12,25% ao ano.

- A inflação é uma realidade - pondera Tadeu.

Mas manter a meta em 4,5% a médio prazo, na avaliação dos especialistas, pode não ajudar. Para o economista-chefe do banco Santander e ex-diretor do BC, Alexandre Schwartsman, números menores levariam a expectativas de inflação igualmente menores. Ele reconhece que será quase impossível não fixar a meta em 4,5% para 2010, mas defende que a margem seja reduzida para 1,5 ponto.

Para Schwartsman, como o BC já persegue sempre o centro da meta, não haveria sinais de que a política monetária seria mais restritiva com um percentual inferior a 4,5% como objetivo. Portanto, uma meta menor não implicaria reflexos negativos sobre a produção.

- Isso ajudaria a ancorar as expectativas - acredita ele. (Patrícia Duarte)