Título: Paes fecha acordo com PTB e negocia vice
Autor: Tabak, Flávio
Fonte: O Globo, 27/06/2008, O País, p. 8

Candidato do PMDB espera se aliar ainda com mais três partidos e aumentar tempo de TV

Cláudia Lamego e Flávio Tabak

Depois do PP e do PSL, o candidato Eduardo Paes (PMDB) fechou ontem outra aliança na disputa pela prefeitura do Rio. Agora com o PTB, presidido pela vereadora Cristiane Brasil - que já anunciara apoio a Marcelo Crivella (PRB), quando o governador Sérgio Cabral desistiu de Paes e anunciou aliança com o PT de Alessandro Molon -, o peemedebista terá cerca de um minuto e cinqüenta segundos a mais na propaganda de rádio e TV. Com isso, Paes poderá ter até sete minutos.

- Esse ato político é fundamental para minha candidatura, já que o PTB tem uma longa história de serviços prestados ao Brasil e eu fico muito feliz com o apoio que recebo hoje - disse Paes.

O candidato negocia ainda os apoios do PSB, do PMN e do PTdoB. O PSB, que já conversou com o PT, o PDT e o PCdoB, hoje está mais próximo de Eduardo Paes. Ontem, Paes passou o dia em reuniões no PMDB discutindo o arco de alianças e possíveis nomes para vice:

- Os partidos que estão participando da aliança estão dispostos a oferecer o nome de vice. Mas não há nada decidido até agora.

A vereadora Cristiane Brasil disse ontem que sempre preferiu Eduardo Paes. Ela revelou que convidou o ex-secretário de Esporte e Lazer de Cabral para entrar no PTB, quando ele ainda estava no PSDB, e concorrer pelo partido à prefeitura. No encontro, ela brincou, dizendo que "ficou com Crivella, mas casou com Eduardo Paes":

- Quando o governador anunciou que apoiaria o candidato do PT (Alessandro Molon), nós retiramos o apoio ao PMDB. A pedido do meu pai (Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB), conversei com Crivella e dei o apoio a ele. Mas, agora tudo mudou. O Paes sempre foi meu candidato.

PMDB ainda não descarta chapa puro-sangue

Segundo a vereadora, o PTB ofereceu a possibilidade de indicar o vice. O nome mais provável seria do ex-deputado Carlos Dias, que foi cotado para integrar a chapa de Crivella. Mas o PMDB não descarta também uma chapa puro-sangue, com o deputado federal Marcelo Itagiba. O peemedebista, que disputou com Paes a indicação a prefeito, no entanto, diz que o foco da legenda agora é atrair aliados.

Cristiane Brasil, que foi cotada para integrar um possível governo de Crivella, caso ele fosse eleito, frisou ontem que não discutiu cargos com Paes:

- O que está certo é que vamos fazer o plano de governo juntos.