Título: Preço do barril do petróleo encosta em US$143 e bate novo recorde
Autor:
Fonte: O Globo, 28/06/2008, Economia, p. 30

Cotação é pressionada pela desvalorização das bolsas mundiais e do dólar

NOVA YORK e RIO. Um dia depois de superar pela primeira vez a barreira dos US$140, os preços do barril voltaram a bater recorde ontem, encostando em US$143. A recente queda dos mercados internacionais - provocada pela crise no setor de hipotecas em EUA e Europa, o que vem afetando empresas do setor financeiro -, e a desvalorização do dólar estão levando os investidores a optarem pelo mercado de matérias-primas, sobretudo o de petróleo. Esse movimento, aliado a preocupações com uma eventual escassez do produto, está pressionando os preços da commodity.

Dilma: Pré-sal mudará distribuição de "royaties"

Na Bolsa Mercantil de Nova York, o contrato do petróleo do tipo leve para entrega em agosto subiu 0,41%, a US$140,21 o barril, novo recorde de fechamento. Durante a sessão, chegou a ser negociado a US$142,99, maior patamar histórico. Na Bolsa Internacional do Petróleo, em Londres, a cotação do barril do tipo Brent avançou 0,34%, para US$140,31, depois de ter chegado a US$142,97. Esse recorde afetou os mercados americanos, que fecharam em queda pelo segundo dia consecutivo.

Já a ministra Dilma Rousseff disse ontem que, com os estudos do pré-sal e os recursos que virão da nova descoberta da Petrobras em águas profundas, o país poderá se tornar exportador de petróleo e, a partir daí, a forma de distribuição de royalties mudará de patamar. Segundo a ministra, a distribuição deverá ter foco em áreas como a educação, a exemplo do que fazem países como a Noruega, que usam recursos do petróleo em projetos educacionais:

- Não queremos tirar os royalties de ninguém. Queremos discutir a existência do pré-sal no Rio de Janeiro e o que se faz com os recursos. Se nos tornarmos exportadores de petróleo, a ambição do país é que tem ser maior, porque se mudou de patamar. Não pode ser uma distribuição tradicional.