Título: GLP sobe 6% para indústria e comércio
Autor: Novo, Aguinaldo
Fonte: O Globo, 01/07/2008, Economia, p. 26

Argentina quer negociar mais energia. Brasil pede trigo.

RIO e TUCUMÁN, Argentina. A Petrobras vai aumentar em 6% os preços do gás liquefeito de petróleo (GLP) destinado a indústrias, comércio e condomínios, e que é consumido em cilindros de 45 quilos ou a granel. O GLP residencial vendido em botijões de 13 quilos, cujos preços estão congelados desde dezembro de 2002, não terá reajuste. Este é o terceiro aumento de preços do GLP para esses fins no ano. Em janeiro de 2008 o produto teve um reajuste de 15% e outro de 10% em abril. A Petrobras também aumenta a partir de hoje o combustível de avião (QAV) em 3,7%.

O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de GLP (Sindigás), Sérgio Bandeira de Mello, disse estar preocupado com o aumento, que afeta cerca de 25% do mercado total de GLP no país. O cilindro de 45 quilos que no início do ano custava R$130, já está, em média, R$160.

- Com o reajuste, o produto já acumula alta no ano de 30%. Ao mesmo tempo que é difícil para as distribuidoras não repassarem para os revendedores, é difícil o mercado aceitar um novo reajuste - disse Bandeira de Mello.

Já na cúpula de presidentes do Mercosul, que começa hoje na província de Tucumán, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner terão uma reunião reservada a pedido da Casa Rosada. Segundo fontes de ambos os governos, a questão energética e o trigo serão os principais temas da conversa. Cristina pedirá mais energia e redução no preço cobrado pelo Brasil. Lula quer mais trigo para o Brasil.

Atualmente, o governo brasileiro envia 1.200 MW por dia ao país vizinho e só admite aumentar o fornecimento em mais 300 MW diários. Sobre o gás natural, segundo uma fonte do Ministério de Minas e Energia, a posição do Brasil é a mesma de sempre: o que vem da Bolívia é totalmente absorvido pelo mercado brasileiro.

Quanto ao trigo, as vendas do produto ao Brasil foram praticamente interrompidas, desde o fim do ano passado