Título: Polícia Legislativa indicia Zoghbi
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 20/05/2009, Política, p. 04

Crédito consignado

Antes de remeter o inquérito à Justiça Federal, que definirá se a investigação prossegue no Senado ou se será transferida à Polícia Federal, a Polícia Legislativa decidiu indiciar o ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi por formação de quadrilha e corrupção. Contra Zoghbi pesa a suspeita de comandar um esquema de desvio de dinheiro em operações de crédito consignado para servidores.

O ex-diretor prestou depoimento aos policiais legislativos ontem à tarde. Ele negou ter participação em empresas terceirizadas que intermediavam empréstimos consignados com bancos para funcionários da Casa. Zoghbi teria reconhecido apenas que seu filho Marcelo Zoghbi era proprietário. No entanto, admitiu que autorizou empréstimos acima do limite permitido aos servidores.

Foram também indiciados Ricardo Nishimura Carneiro e Bianka Machado e Dias, sócios nas empresas que negociam o crédito consignado no Senado. Essas empresas têm como cotista majoritária a babá do ex-diretor, Maria Izabel Gomes, 83 anos. A versão alegada pela defesa é de que Marcelo Zoghbi pediu a ela para assinar documentos usados na formalização das sociedades. Segundo reportagem da revista Época, uma dessas empresas teria recebido R$ 2,3 milhões de um banco.

Justiça O diretor da Polícia Legislativa, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, explicou que os indiciamentos serão enviados à Justiça quando as investigações forem encerradas. A previsão inicial é que isso ocorra no próximo dia 28, mas ele ressaltou que o prazo poderá ser prorrogado.

Além da investigação da Polícia Legislativa, o Ministério Público também acompanha o caso. O procurador Gustavo Pessanha Velloso, autor de um procedimento administrativo aberto contra o ex-diretor no qual pediu a abertura de inquérito à Polícia Federal, solicitou a órgãos como Receita Federal e Banco Central detalhes sobre a movimentação financeira de Zoghbi. Assim que receber o caso, a Justiça Federal deverá determinar se os inquéritos, da PF e do Senado, ficarão reunidos num só.