Título: Correios: metade terá de trabalhar
Autor: Ribeiro, Erica
Fonte: O Globo, 05/07/2008, Economia, p. 29
Liminar relativa à greve foi concedida pelo TST.
BRASÍLIA. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) concedeu liminar aos Correios determinando que a Federação Nacional dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos mantenha um mínimo de 50% dos empregados trabalhando nas unidades da empresa. Segundo o sindicato da categoria no Distrito Federal, 70% dos carteiros e operadores pararam. A paralisação começou à meia-noite de segunda-feira. Anteontem, os Correios pediram ao TST que considerasse a greve abusiva. O presidente da Corte, ministro Rider Nogueira de Brito, marcou audiência de conciliação para segunda-feira, às 9h, na primeira tentativa de acordo na Justiça.
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse que entende que os Correios estão cumprindo rigorosamente o que foi combinado em abril, quando houve outra paralisação. Ficou acertado o pagamento de 30% de adicional de periculosidade e a elaboração de um plano de cargos e salários.
- Existe uma divergência apenas na maneira como o bônus está sendo pago, e tenho certeza de que chegaremos a bom acordo tão logo a Justiça do Trabalho tenha uma posição sobre a legalidade ou não da greve - disse Costa.
Os trabalhadores dizem que o adicional, de R$260, está sendo pago como bônus, mas entendem que deveria ser incorporado aos salários. Eles reclamam ainda que não houve evolução do plano de cargos e salários.
Correios e trabalhadores divergem sobre os números da paralisação. Segundo balanço da empresa, 36% dos 55 mil carteiros de 20 estados e do Distrito Federal tinham suspendido atividades. Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Distrito Federal, Moisés Leme, informou que a adesão dos carteiros chegava a 70% e que 70% dos 12 mil operadores da estatal pararam:
- Não vamos arredar pé com as ameaças do presidente da empresa. A greve é um movimento ordeiro e regular.