Título: Equador: governo agora ameaça outras empresas
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Fonte: O Globo, 11/07/2008, O Mundo, p. 30
Constituinte ordena investigação de 10 grandes corporações
QUITO. Depois de intervir em três emissoras de TV e 195 empresas de um grupo financeiro e ameaçar tirar do ar 300 emissoras de rádio e TV de todo o país, o governo do Equador voltou suas atenções para grupos empresariais que, segundo o presidente Rafael Correa, têm parte da responsabilidade pela quebradeira bancária de 1998. A Assembléia Constituinte, de maioria governista, autorizou na noite de anteontem a investigação de pelo menos 10 grandes grupos empresariais que, se constatada sua responsabilidade na crise financeira que levou à dolarização do país, sofrerão intervenções.
- Se tiver que promover novas intervenções, não vou esperar nem um minuto para fazer isso - disse o gerente da Agência de Garantia de Depósitos, Carlos Bravo, ao comentar a decisão da Constituinte.
TV entra com recurso para suspender intervenção
Segundo analistas políticos, a pressão sobre banqueiros e grupos financeiros aumenta a popularidade do presidente, que tem até setembro para convocar um referendo para a aprovação da nova Constituição do país. Milhares de equatorianos perderam dinheiro na crise bancária de 1998, e algumas autoridades espalham notícias de que o objetivo do governo é desapropriar empresas para reembolsar quem foi lesado.
Ontem, o grupo TC Televisión entrou com um recurso no Supremo Tribunal do Equador pedindo a anulação da intervenção. A alegação, segundo os advogados da rede, é que o capital da TV não é exclusivo do grupo financeiro alvo da intervenção e que outros acionistas estariam sendo lesados.