Título: País não se destaca mais pela falta de mobilidade social, diz historiador
Autor: Martins, Marília
Fonte: O Globo, 13/07/2008, O País, p. 16
Crescimento econômico faz Brasil deixar de ser terra de desigualdades.
NOVA YORK. O historiador Bryan McCann, da Universidade de Georgetown, em Washington, acha que a imagem do Brasil como país de enormes desigualdades está mudando com os resultados do crescimento econômico:
- Ninguém acha que os problemas brasileiros acabaram, mas o desenvolvimento econômico permitiu que, pela primeira vez, a relação entre democracia e distribuição de renda aparecesse em primeiro plano. O país não se destaca mais pela falta de mobilidade social - diz McCann, que tem acordos de parceria com pesquisadores da Universidade Federal Fluminense e é autor de "The political evolution of Rio de Janeiro"s favelas" e está terminando um livro sobre o Brasil dos últimos 30 anos.
Na Universidade de Columbia, em Nova York, faculdades que antes não tinham tradição de intercâmbio cultural com o Brasil começam a ter surpresas. Foi o caso da Faculdade de Direito, que criou um novo centro para estudo legal de parcerias internacionais e que recebeu da Vale US$1,5 milhão para bolsas de estudos em 2008.
"Parceria em Columbia é uma novidade maravilhosa"
O centro vai dar bolsas de estudos para advogados interessados em estudar as regras internacionais de comércio.
- Esta parceria em Columbia é uma novidade maravilhosa para nós. Vamos interconectar esforços pelo desenvolvimento sustentável e trabalhar para a criação de expertise na solução de problemas econômicos, sociais e legais dos projetos de investimentos internacionais - afirma o economista Jeffrey Sachs.
O historiador Marcio Siwi ressalta que aumentou não só o interesse pela língua portuguesa como por outros aspectos da cultura brasileira, que vão além da música popular:
- Há um interesse maior nas artes plásticas brasileiras, sobretudo pela tendência construtivista. Acervos importantes de artistas brasileiros foram comprados por instituições americanas, como aconteceu com uma coleção de peças de Helio Oiticica, comprada pelo Museum of Fine Arts, de Houston. Outra prova desta tendência são as mostras recentes organizadas pelo MoMa, em Nova York, que pela primeira vez privilegiaram a arte construtivista e concretista brasileira - diz Siwi.