Título: Brasil está mais competitivo
Autor: Allan, Ricardo
Fonte: Correio Braziliense, 20/05/2009, Economia, p. 16

Bom desempenho das empresas deu ao país três posições no ranking mundial, passando do 43º para o 40º lugar e ficando à frente da Argentina e Itália. Mesmo em recessão, os Estados Unidos lideram a lista

O Brasil ganhou três posições no ranking de competitividade entre as economias do mundo, divulgado ontem pelo International Institute for Management Development (IMD), da Suíça. Na lista de 57 nações pesquisadas, o país saltou do 43° lugar em 2008 para o 40°. Os analistas do IMD atribuíram a melhora especialmente ao item performance econômica, que andou 10 postos e passou a ocupar o 31°, além do bom desempenho do setor empresarial, que subiu dois níveis, atingindo o 27°. Embora esteja bem mais perto do fim da fila do que do início, o Brasil foi o único dos ¿Brics¿ que deu passos à frente ¿ a sigla reúne também a Rússia, a Índia e a China, que ficaram menos competitivos neste ano.

¿O Brasil apresenta melhoras em muitos aspectos. Tenho muito otimismo com relação ao país, que está conseguindo dar os passos necessários na busca por melhorar sua competitividade. Um exemplo disso é que a crise hoje é muito mais severa do que em outras oportunidades, como as que tivemos nos anos 1990, mas o país está resistindo muito melhor agora¿, afirmou a diretora do IMD e coautora do estudo, Suzanne Rosselet-McCauley. Para ela, o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desfrutar de um grande apoio popular pode ajudar o governo a pôr em prática reformas que estimulem ainda mais a competitividade da economia brasileira.

A lista é liderada novamente pelos Estados Unidos, seguidos de Hong Kong, que ultrapassou Cingapura neste ano (veja quadro). Nos 10 primeiros, os outros sete estão entre os que oferecem melhores condições de vida a seus habitantes, como os nórdicos. O Brasil ficou à frente da Argentina (55º), Itália (50°), Rússia (49°), África do Sul (48°) e México (46°). Mas atrás de Peru (37°), Coreia do Sul (31º), Índia (30°) e China (20°). De um ano para o outro, os russos perderam duas posições, os indianos, uma e os chineses, três. ¿O Brasil tem melhorado, mas ainda está longe dos países de ponta. Há especialmente a necessidade de focar na eficiência das instituições, onde o país aparece em 57º lugar no nosso levantamento¿, disse Suzanne.

Segundo ela, pode parecer surpresa os EUA aparecerem de novo no primeiro lugar quando enfrentam uma brutal recessão desde dezembro de 2007. ¿O fato é que, neste momento de economia em queda livre, todos estão sofrendo. A pergunta que fica não é quem está melhorando, mas quem está resistindo melhor. E, nesse caso, os outros países ainda dependem muitos dos EUA¿, disse Suzanne. Como força dos norte-americanos, ela apontou a infraestrutura, a inovação tecnológica, a confiança acumulada ao longo dos anos e a solidez das instituições econômicas e políticas.

No capítulo performance econômica, o país se recuperou da 47ª posição em 2007 para a 41ª em 2008 e 31ª agora. Como pontos positivos, o IMD cita a possibilidade de mudanças na produção sem ameaçar o futuro da economia, a resistência a crises e o crescimento do Produto Interno Bruto. Como fraquezas, o baixo grau de abertura ao comércio exterior, a persistente taxa de desemprego e o baixo PIB per capita. Em relação à eficiência do governo, o país vai mal: está em 52° lugar, com destaques