Título: Mantega cobra do BB ampliação do crédito
Autor: Simão, Edna
Fonte: Correio Braziliense, 20/05/2009, Economia, p. 16

Pelas contas do Banco Central (BC), os juros cobrados nos empréstimos para pessoa física pelo Banco do Brasil (BB) continuam subindo, mesmo com a mudança da presidência e de parte da diretoria. O troca-troca na instituição foi necessário para atender ordem do presidente Lula de reduzir de forma mais agressiva os juros no país. Segundo ranking do BC, o BB elevou de 7,92% em 15 de abril para 7,97% em 6 de maio o juro mensal do cheque especial. No caso do crédito pessoal, a taxa passou de 2,31% para 2,53% no mesmo período.

Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, teve a primeira reunião de trabalho com o presidente do banco público, Aldemir Bendine, e equipe. Durante o encontro, o ministro cobrou explicações sobre a alta de juros e saiu satisfeito. ¿Não puxei a orelha dele (Bendine). Eles (equipe) merecem elogios pelo desempenho que vão ter. É claro que tem questões que ainda não foram resolvidas. Ainda é insatisfatório o volume de crédito no país. Tem empresas pequenas e médias que não têm crédito suficiente. Mas os prazos (para pagamento) estão melhores¿, afirmou o ministro.

A pesquisa, divulgada pelo BC diariamente, tem como objetivo dar aos clientes bancários condições de pesquisar taxas de todas as instituições financeiras. O problema, no entanto, segundo o presidente do BB, é que a metodologia não leva em conta o aumento de prazo de uma operação, assim como os riscos, o que pode provocar distorções.

Na avaliação do BB, a discrepância ocorre porque o ranking do BC corresponde a uma média ponderada dos volumes contratados em determinado período, representando um conjunto de operações de crédito. Essa taxa média varia de acordo com o porte do cliente, o risco do tomador, o segmento onde atua, a taxa de juros do mercado futuro e a finalidade dos prazos das operações.

No caso do BB, a instituição passou a trabalhar com prazos de pagamento mais amplos, o que implicou juros mais elevados. Também foram firmadas operações de maior risco que, normalmente, são mais caras. ¿O BB vem reduzindo sistematicamente suas taxas¿, ponderou Bendine.

Inadimplência menor Mantega afirmou que saiu ¿feliz¿ do primeiro encontro com a diretoria do BB. Sem citar números, o ministro informou que a inadimplência tanto para pessoa física quanto para a jurídica registrou queda no último mês. No primeiro trimestre, o calote médio da pessoa física ficou em 5,9%. O ministro disse ainda que o BB está cumprindo sua meta, que é ampliar o volume dos empréstimos. ¿Não é tanto quanto eu gostaria, mas vão fazê-lo¿, complementou.