Título: CMN: R$3 bi para afetados pelo câmbio
Autor: Duarte, Patrícia
Fonte: O Globo, 01/08/2008, Economia, p. 29

Recursos liberados, anunciados em maio, somarão R$12 bi em 2 anos

Patrícia Duarte

BRASÍLIA. O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou ontem a liberação de R$3 bilhões, no âmbito da política industrial do governo, anunciada em maio, para empresas que estejam sofrendo com a valorização cambial. O montante, que será oferecido pelo BNDES, já estava previsto e faz parte do calendário de liberação do total de R$12 bilhões nos próximos dois anos. Outros R$3 bilhões já haviam sido oferecidos. A linha, batizada de Revitaliza, vai beneficiar, entre outros, os setores têxtil, de couro, madeira e prestação de serviços de tecnologia da informação.

O CMN também aprovou medidas que ampliam a área de atuação dos três bancos de desenvolvimento estaduais existentes no país. Agora, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE, que atua no Paraná, em Santa Catarina e Rio Grande do Sul), o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais e o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo poderão participar de projetos em estados limítrofes. Ou seja, a instituição mineira poderá financiar projetos no Rio, por exemplo. Esses bancos, que em maio passado tinham estoque de operações de crédito de R$4,883 bilhões, têm atuação semelhante à do BNDES: financiam sobretudo a atividade do setor produtivo.

O CMN aprovou ainda participações de capital estrangeiro em três instituições financeiras no país. No grupo gaúcho Random, que pretende abrir banco múltiplo, permitiu que até 49% do capital da nova instituição fique com investidores de fora. Em relação à também gaúcha financeira Topazio, que deve virar banco, o Conselho aprovou que o seu controle seja feito por um brasileiro que mora no Uruguai e era visto como "estrangeiro". Por último, o CMN permitiu a compra do banco BGN pelo francês BNP Paribas.