Título: Novo índice será refeito anualmente
Autor: Melo, Liana; Martin, Isabela
Fonte: O Globo, 03/08/2008, Economia, p. 34

IDH-M das Nações Unidas tem limitações, dizem técnicos da Firjan

Paulo Marqueiro

O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) considera, com igual ponderação, os três principais indicadores do desenvolvimento humano: emprego e renda, educação e saúde. A pontuação varia de zero a um. Quanto mais próximo de um, maior o nível de desenvolvimento.

No IFDM de emprego e renda, são consideradas a taxa de geração de emprego formal sobre o estoque de empregados e sua média trienal; o saldo anual absoluto de geração de empregos; a taxa real de crescimento do salário médio mensal e sua média trienal e o valor corrente do salário médio mensal.

O índice de educação leva em conta a taxa de atendimento no ensino infantil; a taxa de distorção idade-série; o percentual de docentes com curso superior; o número médio diário de horas-aula; a taxa de abandono escolar e o resultado médio no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Já no IFDM de saúde, são contabilizados o número de consultas pré-natal, a taxa de óbitos maldefinidos e a taxa de óbitos infantis por causas evitáveis.

A pesquisa comparou dados de 2000 e 2005 em 5.559 municípios. Cinco municípios que só foram criados depois de 2000 não entraram no ranking.

IDH-M é insuficiente para os municípios, diz Firjan

Embora tenham objetivos parecidos, o ranking da Firjan difere do Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios (IDH-M) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), das Nações Unidas (ONU). O município de Matão (SP), que aparecia em primeiro lugar no ranking da Firjan em 2000, figura em 453º lugar na classificação do Pnud. São Caetano do Sul (SP), que, segundo o Pnud, registrava o maior IDH em 2000, aparece na 19ª posição na lista da Firjan. É que os dois índices usam metodologias diferentes.

A Firjan considera que, apesar de ser bastante difundido, o IDH-M da ONU apresenta limitações, em especial por resultar do Censo, disponível somente de dez em dez anos. "O IFDM é anual, enquanto o IDH-M é censitário. Desta forma, com o IFDM é possível ver o filme, em vez de fotos esparsas a cada dez anos do IDH-M. Assim, ganha-se, além da aferição, uma ferramenta de gestão pública", diz o estudo da Firjan.

Os organizadores da pesquisa sustentam que o IDH-M, por ser uma adaptação do IDH desenvolvido para analisar os países, é mais limitado para verificar a realidade municipal.

O estudo da Firjan afirma que foram identificados no país mais de 45 índices sintéticos, abrangendo 816 indicadores sobre 25 temas diferentes.