Título: Após um mês, novas táticas na campanha
Autor: Martins, Marília ; Lima, Ludmilla de
Fonte: O Globo, 06/08/2008, O País, p. 3

Com um mês de campanha eleitoral em que mais se discutiram temas de segurança pública, os candidatos a prefeito do Rio afirmam que o balanço das suas estratégias até aqui foi positivo. Mas, sem mudanças significativas nas pesquisas de intenção de voto, eles agora se preparam para ampliar ou até mudar táticas de conquista do eleitorado. A maior aposta são os programas eleitorais no rádio e na TV, que começam a ser veiculados no próximo dia 19. Líderes na disputa até aqui, Marcelo Crivella (PRB), Jandira Feghali (PCdoB) e Eduardo Paes (PMDB) pretendem intensificar a presença nas ruas. Fernando Gabeira (PV) e Solange Amaral (DEM) estão ansiosos pelo início da disputa na televisão.

Jandira diz que a associação de sua imagem como pessoa que pode resolver os problemas na saúde vem surtindo efeito. Ela passou a fazer mais visitas a postos médicos e hospitais e a ter encontros com profissionais da área para explicar seus projetos.

- Como médica, reconhecida como uma lutadora pela saúde, e, sendo essa a grande angústia da sociedade, as pessoas enxergam nisso a possibilidade de solução do problema de saúde no Rio - diz Jandira.

Marcelo Crivella aposta na militância de rua porque diz ter reduzido material de campanha. No primeiro mês, visitou dez favelas, concentrando a maior parte de sua agenda em caminhadas pelas comunidades:

- O aspecto mais relevante da campanha é a imensa generosidade do povo do Rio, que, desde o princípio, me manteve em primeiro lugar nas pesquisas. Isso fez com que minha militância se animasse.

Para o candidato do PMDB, Eduardo Paes, a estratégia será conversar com os eleitores nas ruas para insistir na imagem de síndico da cidade. Fontes do PMDB informaram que Paes vai apresentar o governador Sérgio Cabral nos programas eleitorais para disseminar a tese de que representa o candidato do entendimento entre prefeitura e estado.

Fernando Gabeira, que enfrenta traições de candidatos a vereador do PSDB que passaram a apoiar Eduardo Paes, contou que o corpo-a-corpo em favelas nos fins de semana foi positivo. O candidato acredita que a campanha ganhará outra dimensão com o início da cobertura e do programa eleitoral na TV.

O candidato a vice na chapa de Solange Amaral, Pedro Fernandes, contou que o DEM vai associar a imagem da candidata à do prefeito Cesar Maia. Na sua opinião, a queda nas pesquisas ocorreu porque Solange não vinha usando o seu sobrenome na campanha.

Alessandro Molon (PT), que tem o terceiro maior tempo de TV e uma arrecadação pífia até agora, vai se encontrar com o presidente do partido, Ricardo Berzoini, para discutir os rumos da campanha.

Para o candidato do PSOL, Chico Alencar, o primeiro mês de campanha mostrou que a legenda, em sua primeira eleição municipal, conseguiu marcar presença nas ruas. De negativo, Chico aponta "a apatia e a despolitização da maior parte da população".