Título: No Rio, candidatos a prefeito aprovam valor
Autor: Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 06/08/2008, O País, p. 4

Eles elogiaram nova lei; na capital, prefeitura já paga acima do novo piso estabelecido

O novo piso salarial nacional dos professores do ensino básico, de R$950, aprovado no último dia 16, já vai afetar o orçamento dos próximos prefeitos, que tomarão posse no início de 2009. Embora alguns governadores de estado e prefeitos tenham colocado em dúvida a constitucionalidade da lei, os candidatos à prefeitura do Rio elogiaram a iniciativa.

No Rio, o piso dos professores, com nível médio e sem gratificação, é de R$1.106,53 para 22 horas e 30 minutos semanais. O salário chega a R$ 3.075,83 para quem tem nível superior e 40 horas semanais. São 35.548 professores, 1.061 escolas e 713.559 alunos para um orçamento de quase R$2 bilhões.

Sem saber que a prefeitura do Rio já paga um valor acima do piso, a maioria dos candidatos se comprometeu a cumprir a nova lei.

Eduardo Paes (PMDB) é favorável ao piso, mas acha que o governo federal deve ajudar os municípios e os estados a viabilizarem a lei com subsídios. Sobre o Rio, disse que a prefeitura tem recursos, mas precisa estabelecer prioridades.

- O governo deve apontar os recursos - disse Paes.

Para Fernando Gabeira, do PV, a mudança não afetará o município:

- Nossos professores já trabalham menos e ganham mais. Sou a favor.

Jandira Feghali (PCdoB) disse que é "é impossível fazer educação e saúde sem investir nos profissionais". Sobre os recursos, disse contar com a ajuda do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).

- No Rio, a equação é colocar isso (o investimento) dentro do orçamento, que a prefeitura tem com vinculação constitucional, e a parceria com o Fundeb.

O candidato Marcelo Crivella se comprometeu a pagar o piso. Segundo ele, as verbas de contrapartida do Fundeb ajudam o orçamento municipal.

- Garanto qualquer esforço que for preciso.

Solange Amaral (DEM) ressaltou que a prefeitura paga mais que o piso e disse esperar que o estado e outros municípios cumpram a lei. A candidata classificou como "lamentável" a reação contrária de governantes à nova lei. Sobre a contratação de novos professores, ela afirmou não ver dificuldades:

- Os recursos viriam do Fundeb e do orçamento.

Chico Alencar (PSOL) criticou a posição dos governadores e prefeitos que contestam a lei e disse que a prefeitura tem condições de contratar mais professores. Alessandro Molon (PT) também é favorável ao novo piso.