Título: Com Lei Seca, mortes nas estradas nas férias caíram 14,5%
Autor: Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 02/08/2008, O País, p. 16
Com Lei Seca, mortes nas estradas nas férias caíram 14,5%
Demétrio Weber
BRASÍLIA. O número de mortes nas estradas federais caiu 14,5% em julho, em relação ao mesmo período do ano passado, no primeiro mês de férias escolares após a entrada em vigor da Lei Seca. Balanço da Polícia Rodoviária Federal mostra que 530 pessoas perderam a vida em todo o país. Foi o menor número de mortes nos últimos quatro anos, no período. Houve redução também no total de feridos (- 6,6%) e de colisões (- 0,3%).
Para a Polícia Rodoviária, a Lei Seca teve um papel decisivo na diminuição de óbitos. O inspetor Alexandre Castilho chamou a atenção para um dado: o de acidentes com vítimas fatais. Em julho de 2007, 482 colisões provocaram mortes, e foram 408 este ano. Fenômeno inverso ocorreu em relação aos acidentes que não mataram ninguém: o número aumentou. Ou seja, o total de colisões manteve-se praticamente estável, embora tenha aumentado a parcela de choques de menor gravidade.
- Metade dos acidentes com mortes envolve motoristas alcoolizados - disse Castilho.
O Rio teve queda de 30% de mortes nas estradas federais. Ainda assim, 42 pessoas perderam a vida. O número de acidentes, no entanto, subiu 17% e o de feridos, 12%. A polícia divulgou balanços de quatro estados: Rio, São Paulo, Minas e Pernambuco. Em todos, caiu o número de vítimas fatais. São Paulo e Minas foram além: tiveram redução também de colisões e feridos.
O impacto da Lei Seca foi maior no entorno de áreas urbanas, especialmente nas localidades com fiscalização mais intensa, observou Castilho. Segundo ele, o alcance da nova lei está ligado à fiscalização. Para o chefe da Divisão de Multas e Penalidades da PRF, Jerry Adriane Dias, a Lei Seca fortaleceu a fiscalização, uma vez que prevê a punição do motorista que se recusa a fazer o teste do bafômetro:
Segundo ele, a PRF tem direcionado as ações de fiscalização para áreas de maior consumo de bebidas alcoólicas. O resultado é que, apesar do menor número de veículos inspecionados, cresceu a quantidade de multas e prisões. Em julho de 2007, foram registrados 477 crimes de trânsito, a maior parte relacionado à embriaguez. Em julho de 2008, esse número quase dobrou, alcançando 895.