Título: Preço do petróleo caiu 22% desde pico de julho. No dia, fechou em US$114
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Fonte: O Globo, 12/08/2008, Economia, p. 18
Recuo da cotação do barril ontem puxou valorização das bolsas americanas
NOVA YORK e LONDRES. A queda nas importações de petróleo da China, a disposição do Irã de retomar as discussões sobre seu programa nuclear e a interpretação dos investidores que o conflito entre a Geórgia e a Rússia não afetará a produção petrolífera levaram ontem a cotação do barril a seu menor patamar desde 1º de maio. Essa queda animou os mercados e fez com as bolsas americanas fecharem em alta.
Em Nova York, o barril do tipo leve americano recuou 0,65%, para US$114,45, tendo sido negociado abaixo de US$113 durante a sessão. Segundo o site CNNMoney, desde meados de julho, quando atingiu US$147, a cotação acumula queda de US$34, ou 22%. Em Londres, o barril do tipo Brent caiu 0,6%, para US$112,67. Ambas as cotações são as menores desde 1º de maio.
Para Stephen Schork, editor do boletim especializado em energia "The Schork Report", não havia razão para o barril estar próximo a US$150.
- Acho que foi uma bolha especulativa com que as pessoas tentaram mascarar os fundamentos - disse Schork ao CNNMoney.
Com a queda do petróleo, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, fechou em alta de 0,41%. Nasdaq e S&P subiram 1,07% e 0,69%, respectivamente. O mercado até superou o rebaixamento das gigantes hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac pela Standar&Poor"s. As ações das financeiras caíram 7,18% e 5%, respectivamente.
A China informou ontem que suas importações de petróleo caíram 7%, para 13,79 milhões de toneladas.
- Esses números podem ser um sinal de que a demanda (por petróleo) está se enfraquecendo na Ásia - disse à Bloomberg News Gene McGillian, analista da TFS Energy.
Euro continua a perder terreno frente ao dólar
Já os jornais iranianos informaram que o principal negociador nuclear do país concordou com uma nova rodada de negociações com a União Européia sobre seu programa de enriquecimento de urânio, minimizando os temores de uma crise na região.
Com relação ao conflito entre Geórgia e Rússia, Christopher Ruppel, analista de energia da consultoria Execution, disse ao CNNMoney que ninguém vai afetar os oleodutos da região porque os dois países dependem dos recursos do petróleo e gás natural.
Outro fator que contribuiu para a queda do petróleo foi a recuperação do dólar, devido aos sinais de desaceleração da Europa. O euro fechou a US$1,4881, a menor cotação desde 26 de fevereiro.