Título: Brasil registra menos casos
Autor: Vaz, Viviane
Fonte: Correio Braziliense, 19/05/2009, Mundo, p. 22

O número de casos suspeitos de gripe suína no Brasil caiu ontem de 22 para 20, segundo balanço do Ministério da Saúde, que não registrou novos casos confirmados além dos oito diagnosticados até a semana passada. Há seis suspeitos no estado de São Paulo, quatro em Minas Gerais e três no Distrito Federal. Alagoas, Amapá, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Rondônia registram um caso cada um. Mais 19 pessoas estão em monitoramento em nove estados e 270 foram liberadas sem apresentar o vírus.

No Rio de Janeiro, uma mulher de 52 anos contaminada com o H1N1 recebeu alta ontem, depois de ter sido internada com os sintomas da gripe em 9 de maio. Ela havia contraído a doença do filho, de 29 anos, que por sua vez fora contagiado por um amigo que voltou gripado de Cancún, no México. A paciente ficou internada no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, na Ilha do Fundão. Ela não teve febre nem apresentou outros sintomas no período de isolamento. O filho chegou a ter pneumonia, mas teve alta na sexta-feira passada e passa bem. Os dois foram os primeiros casos registrados de contágio direto no país, sem que os doentes tenham viajado ao exterior.

Enquanto a gripe suína faz poucas vítimas no Brasil, sem nenhum caso fatal até o momento, o vírus da gripe comum causou 753 mortes no ano passado. Segundo o Sistema Único de Saúde (SUS), o Brasil registrou 3 mil internações em hospitais por todo país, e os governos estaduais gastaram R$ 18 milhões.

Os exames de gripe suína foram realizados em três laboratórios de referência do Ministério da Saúde: o da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro; o do Instituto Adolf Lutz, em São Paulo; e o do Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA).

Os pesquisadores do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Oswaldo Cruz mapearam em 15 de maio as sequências genéticas do vírus A H1N1 encontrados em três casos confirmados no Brasil ¿ em dois pacientes do Rio de Janeiro e um de Minas Gerais. O mapeamento foi depositado ontem no banco de informações genéticas do National Center for Biotechnology Information (NCBI), baseado no National Institute of Health (NIH), dos Estados Unidos.

Genética Segundo o pesquisador Fernando Motta, do instituto paulista, o sequenciamento possibilita a comparação entre os vírus encontrados no país e os detectados em outras partes do mundo. Como o genoma do vírus influenza é composto por oito segmentos, foi escolhido o gene da proteína M (de matriz). ¿A proteína M é uma proteína estrutural importante, a mais abundante na composição do vírus, capaz de codificar a síntese de duas proteínas. Por isso, ela é usada como marcador para presença ou ausência de influenza A nos procedimentos de diagnóstico¿, explicou Motta. (VV)