Título: Ações do Ultra ganham 7% em dia de leve alta na Bolsa. Dólar sobe
Autor: Frisch, Felipe
Fonte: O Globo, 15/08/2008, Economia, p. 30

Número de negócios com papéis da Ultrapar triplicou na véspera

Felipe Frisch

As ações preferenciais (sem direito a voto) do Grupo Ultra, Ultrapar PN, tiveram ontem as maiores altas entre os papéis que compõem o Índice Bovespa (Ibovespa) e fecharam o dia em alta de 7,15%, após a empresa confirmar a compra da área de distribuição da Texaco no Brasil. O número de negócios com as ações também foi expressivo: 1.277, contra uma média diária de 566 transações em julho.

Na véspera, no entanto, com rumores sobre o fechamento da operação, a quantidade de negócios foi ainda mais expressiva: 1.663 - praticamente três vezes a média recente -, a maior movimentação com os papéis desde o início da sua negociação, em 1999. Apesar disso, a valorização foi menos expressiva: 1,61%. No dia, o Ibovespa, principal indicador do mercado de ações, teve alta mais modesta, de 0,13%.

BM&FBovespa tem lucro de R$476 milhões no semestre

Com a operação, o valor de mercado da empresa chegou a R$8,4 bilhões. A empresa figura entre as 50 com maiores valores de mercado da Bolsa brasileira, com 443 empresas listadas, segundo dados da consultoria Economática.

- O mercado pareceu achar que a compra foi por um preço bom - avalia Rafael Moysés, gestor da Umuarama, lembrando que, quando as ações da empresa compradora sobem é porque o mercado acredita que ela fez um bom negócio ou porque pagou um preço baixo.

O dia também foi de recuperação para boa parte da Bolsa, de modo geral. O Índice Bovespa teve nova alta ontem, de 1,03% no dia, para 55.138 pontos, no segundo dia seguido de recuperação. Apesar disso, o volume foi fraco: R$4,116 bilhões, contra a média diária no ano de R$6,107 bilhões. Já o dólar, no entanto, após um dia de pausa na valorização, também voltou a subir: encerrou o dia cotado a R$1,626, com alta de 0,68%. No mês, a moeda americana já acumula alta de 4,03%. No ano, o movimento ainda é de queda, de 8,49%.

Para o gerente de câmbio do Banco Prosper, Jorge Knauer, o movimento é continuidade da recuperação mundial do dólar, estimulada pelas expectativas de desaceleração no Japão e na Europa, que levam à queda internacional do euro e das matérias-primas, como o petróleo. Com a queda da commodity ontem, as ações preferenciais da Petrobras caíram 0,92%, para R$33,44. Já as da Vale mostraram recuperação, após as fortes quedas recentes e subiram 2,67%, para R$36,51.

Ontem à noite, a BM&FBovespa divulgou seu primeiro balanço após a fusão entre as duas bolsas. O lucro líquido ajustado no primeiro semestre foi de R$476 milhões, 47% a mais do que no mesmo período de 2007.