Título: Em meio à crise da VarigLog, setor de carga cresce
Autor: Batista, Henrique Gomes ; Doca, Geralda
Fonte: O Globo, 17/08/2008, Economia, p. 42

Segmento movimenta cerca de R$4 bilhões por ano e continua sendo um ponto forte de empresas aéreas

Henrique Gomes Batista e Geralda Doca

BRASÍLIA. A recente disputa pelo controle da VarigLog - que ainda se arrasta na Justiça - e a abertura de investigações sobre a existência de um cartel internacional na área vêm ofuscando, em parte, um negócio que movimenta cerca de R$4 bilhões por ano: o setor de cargas aéreas, incluindo o expresso e o internacional. Este serviço tem mantido uma média anual de crescimento acima de 10%.

Grandes empresas planejam criar frotas próprias de aviões - embora muitas neguem oficialmente -, para conquistar maior espaço no mercado que, apesar dos escândalos recentes, continua promissor. O setor espera manter nos próximos anos, o crescimento vigoroso, acima da expansão da economia. Esse otimismo é motivado pelo avanço do comércio eletrônico e pela forte dinâmica de importações e exportações.

A VarigLog vive hoje um verdadeiro "inferno astral", pois possui capital estrangeiro acima do limite de 20% permitido pela legislação brasileira e enfrenta uma feroz disputa entre sócios, além das denúncias de tráfico de influência no governo federal. A fragilidade da empresa, que já chegou a ser a segunda maior do país no início da década, abre espaço para seus concorrentes.

Mercado vê três empresas interessadas na VarigLog

Alguns ativos da companhia - como acordos comerciais com mais de cem países, a rede de 200 agentes franqueados no Brasil e as estruturas alfandegária e aeroportuária - geram a cobiça dos empresários da área. Ao menos três aparecem no mercado como potenciais compradores da empresa, que pode ser vendida assim que o imbróglio jurídico for solucionado.

A estatal Correios, que já tem forte presença no segmento de entregas expressas, acredita que o mercado apresenta um potencial promissor. A TAM é outra companhia apontada pelo mercado com potencial de crescer no setor de cargas, diante da conjuntura atual. A Gol, por sua vez, embora afirme que sua prioridade continua sendo o transporte de passageiros, também é vista como um importante ator no mercado de cargas.