Título: Desmatamento na Amazônia é menor de novo em julho
Autor: Sobral, Marcella
Fonte: O Globo, 16/08/2008, O País, p. 12

Minc diz, porém, que ainda não há motivos para comemoração

Marcella Sobral

O anúncio da redução do desmatamento na Floresta Amazônica em até 60% em relação a junho, como antecipou Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO, ainda não é motivo de comemoração, segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Embora o desmatamento em julho deste ano tenha sido entre 60% e 70%, menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, a média anual deve continuar igual à de 2007 - ainda a menor em 20 anos.

- Enquanto houver um hectare de desmatamento ilegal, não há motivos para comemorar - disse o ministro, ao comentar os números que serão oficialmente divulgados pelo Inpe no próximo dia 29.

Minc atribuiu a redução do desmatamento à fiscalização de rodovias, para coibir o transporte de madeira irregular, ação conjunta das polícias, do Exército e da Aeronáutica; à resolução do Banco Central de não dar crédito para quem estiver devastando a floresta; e ao acordo com setores produtores de soja, madeira, carne e minério para que não comprem matéria-prima de áreas de desmate.

Em Brasília, ONGs como Greenpeace e WWF Brasil divulgaram documento acusando Minc de aceitar um acordo com o Ministério da Agricultura que, na prática, significa a redução da reserva legal de 80% para 50% na Amazônia. O acordo permite que produtores rurais possam fazer a recuperação da reserva legal com espécies exóticas. Segundo as ONGs, monoculturas de espécies exóticas não cumprem a função ecológica prevista no Código Florestal.