Título: Orientais trabalham em Santa Cruz
Autor: Costa, Célia; Merola, Ediane
Fonte: O Globo, 19/08/2008, Rio, p. 12

Os três chineses seqüestrados trabalham para a ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do Atlântico, em Santa Cruz. A empresa responde a uma ação civil pública no Tribunal Regional do Trabalho por suposto uso irregular de mão-de-obra estrangeira. Proposta pela Procuradoria Regional do Trabalho da 1ª Região, a ação pede que as empresas Citic Group Thyssen Krupp sejam proibidas de contratar estrangeiros para funções sem mão-de-obra especializada. Pede ainda que sejam multadas em R$40 milhões por danos morais coletivos.

Fiscais identificaram em maio 111 chineses trabalhando no assentamento de tijolos refratários na implantação da coqueria (onde se produz carvão) do complexo siderúrgico da ThyssenKrupp em Santa Cruz, numa atividade classificada como de pedreiro. Segundo a procuradoria, a lei permite a contratação de estrangeiros desde que para atividades técnicas ou de transferência de tecnologia.

Em nota, a ThyssenKrupp diz que o uso de mão-de-obra estrangeira obedece à legislação brasileira e exigências do Ministério do Trabalho. Segundo a empresa, cerca de 300 chineses trabalham como técnicos na construção da coqueria e estão legalmente no país, com vistos temporários de trabalho. Os profissionais teriam sido requisitados pela Citic devido à falta de brasileiros qualificados, uma vez que a última coqueria montada no Brasil dataria de mais de 30 anos. A construção de uma coqueria, diz a empresa, difere de uma obra civil por exigir rigor milimétrico em sua montagem, para evitar acidentes.