Título: Polêmicas no setor na AL
Autor: Vasconcelos, Adriana ; Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 25/08/2008, Economia, p. 18

A discussão sobre a desapropriação no pré-sal brasileiro traz à lembrança a nacionalização do setor na América Latina. O presidente da Bolívia, Evo Morales, reestatizou o segmento de hidrocarbonetos, em 1º de maio de 2006. Um ano depois, a Bolívia retomou duas refinarias da Petrobras, pagando US$112 milhões. As empresas do país, o mais pobre da região, haviam sido privatizadas na década de 90.

Muitos viram na decisão de Morales a influência do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Este já havia determinado que a estatal PDVSA tivesse participação majoritária (60%) em todos os projetos petrolíferos do país e nacionalizou outros setores da economia.

No Equador, Rafael Correa, alterou, ano passado, os contratos com as petrolíferas que operam no país. Além disso, cobrou royalties retroativos, o que fez empresas como a Petrobras amargarem prejuízos milionários.

Já o México está na direção contrária: discute a abertura do setor - monopólio estatal desde 1938 - a estrangeiros. Hoje, só a Pemex pode explorar petróleo no país. Mas a reforma energética enfrenta forte oposição.