Título: Azul quer Rio como ponto de partida
Autor: Ribeiro, Erica
Fonte: O Globo, 20/08/2008, Economia, p. 25

Idéia da nova companhia aérea é vôos saindo do Santos Dumont sem escalas

Erica Ribeiro

SÃO PAULO. Principal executivo da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, David Neeleman quer fazer do Rio de Janeiro o seu principal ponto de partida para vôos com destino a cidades que hoje não são atendidas pelas duas maiores companhias do país, TAM e Gol. A idéia é ter vôos saindo do aeroporto Santos Dumont sem escalas para cidades que hoje precisam passar pelas áreas de hub (centros de distribuição de vôos) para concluir uma viagem. Neeleman disse que sua equipe vem estudando 27 cidades com mais de um milhão de habitantes e que são potenciais alvos da Azul.

- O mercado brasileiro de aviação poderia ser três ou quatro vezes maior. Para isso, acontecer e para uma nova empresa crescer, é preciso voar para onde as outras não voam. Queremos, de fato, criar a terceira grande companhia aérea brasileira - disse Neeleman.

Neeleman afirmou que vem mantendo contatos com o Ministério da Defesa, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o governo do estado do Rio. Ele garantiu que, se a empresa conseguir voar a partir do Santos Dumont para outras cidades, irá instalar no Rio toda a área operacional e área de manutenção. Ainda segundo ele, o espaço dentro do aeroporto seria o que pertenceu à Vasp (hangares e demais instalações).

A Anac informou que está em estudo a flexibilização do Santos Dumont para vôos além da ponte aérea e regionais. O estudo, segundo a agência, deverá ficar pronto até o fim do ano, quando passará por audiência pública. O estudo leva em conta também a capacidade de tráfego do aeroporto. A Infraero no Rio informou que a flexibilização poderá fazer com que a capacidade do aeroporto de chegar a dez milhões de passageiros por ano aconteça antes do tempo previsto, o que poderá prejudicar a operação de ponte aérea.

A Azul deverá entrar em operação até o fim do ano ou no máximo até janeiro de 2009. A empresa promete serviços diferenciados em tarifas, atendimento e serviço de bordo e, da mesma forma que a Gol em seu começo, quer conquistar o passageiro que viaja de ônibus, com tarifas mais baixas.