Título: Justiça Eleitoral comandará tropas
Autor:
Fonte: O Globo, 20/08/2008, O País, p. 8

Tarso diz que Polícia Federal está à disposição do TSE para ação suplementar

Isabel Braga, Catarina Alencastro e Emanuel Alencar

BRASÍLIA e RIO. O ministro da Justiça, Tarso Genro, deixou claro ontem que a responsabilidade pelo envio de forças federais ao Rio é da Justiça Eleitoral. Ele afirmou, após encontro com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, que a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal estão à disposição da Corte, mas para uma ação suplementar.

- Nós nos colocamos à disposição para exercer qualquer função supletiva a este trabalho - disse Tarso, que, mais cedo, diferenciara a ação de tropas para garantia das eleições de uma ação de segurança pública. - Neste caso concreto existe uma manifestação do TSE tratando da garantia do processo eleitoral. Não é uma questão de segurança pública e sim de manutenção da ordem institucional no Rio para que o processo eleitoral ocorra de forma normal. Se as Forças Armadas aportarem no Rio, vão ficar subordinadas às ordens daquele tribunal.

Ayres Britto e Tarso conversaram por quase uma hora. O ministro Carlos Alberto Menezes Direito, do Rio, participou. Eles não adiantaram quando será o envio das tropas.

- O TSE terá que mapear as áreas, mas aguardem, porque o processo que se desencadeou vai bem. Não há nenhuma resistência (do Tribunal Regional Eleitoral). Estão apoiando, e o governador (Sérgio Cabral) nos mandou ofício demonstrando receptividade - disse Britto.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, não estipulou prazo para a chegada das tropas e afirmou aguardar a requisição do TSE.

- A ocupação dos espaços e o número de soldados serão estabelecidos pelo TSE. Vamos aguardar a determinação e estamos prontos para garantir a normalidade do processo eleitoral - disse ontem, na cerimônia de entrega da nova embarcação Corveta Barroso à Marinha, no Arsenal de Marinha do Rio.

Jobim disse que os soldados não farão escolta de candidatos em comunidades controladas pelo tráfico ou por milícias:

- As tropas não ficarão a serviço dos candidatos, e sim da pacificação do processo eleitoral. Se um candidato não quiser entrar em uma comunidade, é uma decisão dele. As tropas não vão sair.

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