Título: Setor defende regras claras
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Fonte: Correio Braziliense, 21/05/2009, Economia, p. 23

Empresários da área discutem a necessidade de regulamentação mais eficaz. Audiência pública definirá padrão de rádio digital

Mais de 1,5 mil empresários da radiodifusão, reunidos em Brasília para o 25º Congresso Brasileiro da Radiodifusão, defendem regras mais claras para o setor. Representantes de rádios e TVs de todo o Brasil discutiram durante os três dias do evento, que acaba hoje, a regulamentação que trata de forma diferente empreendimentos privados, públicos e estatais. ¿Muitas vezes, na hora da publicidade, as rádios comunitárias agem como comerciais, mas no momento de pagar impostos, voltam atrás¿, detalhou Evandro Guimarães, consultor da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).

¿A radiodifusão tem, e sempre teve, um compromisso diário com o desenvolvimento do Brasil, e precisamos ter uma postura proativa para a defendermos¿, destacou Daniel Pimentel Slaviero, presidente da Abert. Na pauta estavam a adoção do sinal digital para as rádios AM e FM e também a busca de um novo modelo regulatório da radiodifusão que garanta as características do atual.

Outra questão central no congresso foi a escolha do novo padrão de transmissão para as rádios, já que o ministro das Comunicações, Hélio Costa, aproveitou o evento para anunciar a consulta pública de 180 dias que avaliará a melhor tecnologia disponível. Concorrem, principalmente, os padrões europeu e norte-americano.

A Abert já realizou testes com a tecnologia digital dos Estados Unidos em quatro emissoras (duas AM e duas FM) em Belo Horizonte e São Paulo, e repassou ao ministro Hélio Costa os resultados. ¿Acreditamos que o sistema americano está mais maduro, e ele se saiu muito bem com as FM. Já com as AM, ainda é preciso melhorar, principalmente quando se trata de robustez¿, revela Slaviero.

Oportunidades O congresso trouxe oportunidades de negócio que devem chegar a R$ 12,5 milhões, segundo a Abert. Ao todo, 94 empresas se reuniram na Feira Internacional de Equipamentos e Serviços. É o caso da Positron, fabricante de acessórios para carros, que oferece a possibilidade de as emissoras de rádio enviarem texto com a programação. ¿O aparelho que envia a informação vai para rádio em comodato, que pode informar o ouvinte¿, explica Rubens Pedroso, supervisor de projetos da empresa.

A transmissão funcionará pelo padrão Radio Data System (RDS), que permite o envio de informações como o nome da canção ou do programa que está sendo tocado. ¿Calculamos que existam mais de dois milhões de carros com sons compatíveis que poderão, com nosso aparelho, ser atualizados de qualquer lugar¿, explica Rubens. A Positron deve lançar no início de junho um aparelho de rádio que permitirá aos usuários navegarem por manchetes de sites e jornais.