Título: Requião terá que demitir 6 parentes
Autor: Brígido, Carolina
Fonte: O Globo, 22/08/2008, O País, p. 12

Governador do PR emprega mulher, irmãos e sobrinhos na administração

CURITIBA e SÃO PAULO. O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), terá que demitir pelo menos seis parentes que ocupam cargos públicos, a partir da proibição do nepotismo pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além da mulher, Maristela, que ocupa o cargo de diretora do Museu Oscar Niemeyer, devem ser demitidos a irmã Lúcia Arruda, presidente da Provopar Ação Social; o sobrinho João Arruda Filho, diretor da Companhia de Habitação do Paraná; o sobrinho Paikan Arruda de Mello e Silva, funcionário da TV Educativa; a sobrinha Daniele de Mello e Silva, da Secretaria de Saúde; e o primo Heitor Wallace de Mello e Silva, diretor da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).

O irmão Eduardo Requião, nomeado pelo governador para comandar o Porto de Paranaguá, mesmo ocupando cargo com status de secretário, deve também ser exonerado da função. Outro irmão, o ex-secretário de Educação Maurício Requião, cujo cargo no Tribunal de Contas do Paraná, está sub judice, depois de empenho pessoal do governador, pode ter ameaçada sua nomeação. Requião, porém, disse que não pratica nepotismo:

- Nepotismo é colocar uma pessoa inadequada no cargo público, parente ou não.

Em São Paulo, o Ministério Público do Estado (MPE) mantém 46 ações civis contra casos de nepotismo em prefeituras, tribunais de contas, Câmaras e outros órgãos, desde 2005. Algumas já resultaram em condenações e mesmo em jurisprudência no estado. A base é a própria Constituição, que determina a moralidade no poder público. Com a publicação da súmula vinculante do Supremo, a expectativa do MPE é de aumento das ações.

- Com a súmula, houve um reforço legal importante e devem aumentar também as denúncias - disse a promotora Adriana Morais, coordenadora de Patrimônio Público do Centro de Apoio de Tutela Coletiva.