Título: Arminio Fraga entra no ramo da comunicação
Autor: Duarte, Patrícia
Fonte: O Globo, 22/08/2008, Economia, p. 27

Fundo Gávea, administrado pelo ex-presidente do BC, negocia 15% do capital da rede RBS Liana Melo

As negociações do ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, da Gávea Investimentos, com o Grupo RBS estão adiantadas e, até 30 de setembro, deve ser fechado um acordo para que a Gávea fique com 15% do capital da RBS Comunicações, como noticiou ontem a coluna de Ancelmo Gois. Em comunicado oficial, o Grupo RBS confirmou que até o fim do mês que vem ¿tratativas deverão estar concluídas¿. A operação está em fase de due diligence (análise e avaliação detalhada de informações).

Arminio não quis comentar o assunto, mas analistas de mercado acreditam que a ponte entre o banqueiro e o grupo foi construída pelo vice-presidente executivo do RBS, Pedro Parente. Ele foi ex-colega de Arminio na equipe econômica de Fernando Henrique. Parente era ministro do Planejamento e Arminio, do BC.

O Grupo RBS é uma empresa de comunicação multimídia que opera no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Com pouco mais de 50 anos, o grupo, fundado pelo empresário gaúcho Maurício Sirotsky Sobrinho, opera com oito jornais (entre eles o ¿Zero Hora¿). E também 18 emissoras de TV aberta, duas emissoras de TV comunitária, 26 emissoras de rádio, dois portais de internet, uma gravadora e uma editora.

Em junho último, a Standard & Poor's (S&P), uma das três maiores agências de classificação de risco de empresas do mundo, elevou o rating corporativo de longo prazo da RBS Comunicações S.A. e empresas combinadas, de ¿BB-¿ para ¿BB¿'.

De `fast-food¿ a aviação, Gávea diversifica

A Gávea, que administra cerca de R$3,5 bilhões, não pára de ir às compras, mesmo com alguns de seus fundos com desempenho afetado pela volatilidade do mercado. Recentemente, a Gávea virou sócia do McDonald¿s na América Latina e, também, da mexicana Corporación Interamericana de Entretenimiento (CIE), dona do Credicard Hall. Só que a história de sucesso de Arminio também inclui tropeços, como o da BRA.

O fracasso, porém, não afastou o banqueiro do setor aéreo, que voltou a associar-se à nova empresa aérea do fundador da JetBlue, David Neeleman.