Título: Plano reduz em 50% mortes por infarto
Autor: Gonçalves, Marina
Fonte: O Globo, 23/08/2008, O Globo, p. 18

Atendimento integrado reúne unidades de saúde federais e estaduais

Marina Gonçalves

O novo Plano de Atendimento ao Ataque Cardíaco e à Dor Torácica, implementado no Rio pelo Ministério da Saúde por intermédio do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), reduziu em 50% o número de óbitos decorrentes de infarto no estado, que tem a segunda maior taxa de mortalidade por doença isquêmica do coração no Brasil, em torno de 14%. Em 45 dias, a integração entre o Instituto Nacional de Cardiologia, o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), da Secretaria estadual de Saúde, viabilizou o atendimento de 65 casos, sendo 90% infartos. Desse total, 20% eram casos gravíssimos.

O programa funciona com as equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) detectando potenciais infartos e encaminhando os pacientes para as UPAs, onde é feito o primeiro atendimento, após a confirmação dos diagnósticos com os institutos. Em seguida, é providenciada a transferência para o Instituto Nacional de Cardiologia, em Laranjeiras, ou o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, no Humaitá, para a realização de procedimentos de alta complexidade, como angioplastias e cirurgias de revascularização.

Na segunda fase do projeto, o Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, participará do suporte de alta complexidade junto com os institutos e demais unidades estaduais e federais. A terceira etapa do programa prevê a sua implantação em todo o estado e, em seguida, no país.

- Existe a perspectiva de o projeto ser nacionalizado através da implantação das UPAs em todo o território nacional, o que já foi anunciado pelo ministro da Saúde - explicou Hans Fernando Dohmann, diretor-geral do Instituto Nacional de Cardiologia.

Todo o suporte técnico e o treinamento das equipes das UPAs e do Samu ficaram a cargo dos institutos, que colocam à disposição 82 leitos (32 para casos agudos e 50 de enfermaria) para o atendimento dos pacientes. Além de significar mais chance de sobrevida em casos de alta complexidade, como infarto agudo do miocárdio, a proposta de atendimento ao paciente com dor torácica deixa as unidades de emergência livres para receber vítimas de traumas.

O plano também permite que pacientes com infarto agudo sejam incluídos no protocolo de pesquisas com células-tronco, o Estudo Multicêntrico Randomizado de Terapia Celular em Cardiopatias, patrocinado pelo Ministério da Saúde e coordenado pelo Instituto Nacional de Cardiologia. O estudo deve ser concluído até o final deste ano e está avaliando a eficácia do tratamento, que poderá estar disponível pelo SUS.