Título: CUT e Força Sindical juntas no palanque de Marta
Autor: Galhardo, Ricardo ; Barbosa, Adauri Antunes
Fonte: O Globo, 29/08/2008, O País, p. 5

O governo (Lula) contribuiu muito para fortalecer esta união", admite dirigente de uma das centrais sindicais

Ricardo Galhardo e Adauri Antunes Barbosa

SÃO PAULO. A candidata a prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) conseguiu um fato inédito no sindicalismo nacional: conseguiu reunir cerca de 2.200 sindicalistas, representantes de todas as cinco centrais sindicais do país, num ato de apoio à sua candidatura na noite de anteontem, na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

O local escolhido para o evento não poderia ser mais simbólico: a sede de um dos principais sindicatos da CUT, berço político dos ex-ministros Ricardo Berzoini e Luiz Gushiken. Segundo organizadores, dos 2.200 participantes do encontro, 1.200 eram da Força, 200 da União Geral dos Trabalhadores e 400 da CUT.

Marta ficou sentada entre o vice em sua chapa, Aldo Rebelo (PCdoB), e o presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. O secretário-geral da CUT, Quintino Marques, classificou o encontro como histórico:

- É a primeira vez que o movimento sindical está unido para eleger um prefeito. Com esta unidade, temos conseguido avanços junto ao governo Lula.

Segundo os organizadores, a união se fortaleceu com a política sindical do governo Lula e deve se repetir em nível nacional na eleição de 2010.

- O governo contribuiu muito para fortalecer esta união aumentando nossa participação nos conselhos das estatais e abrindo as portas para negociações. Isso não deve ficar só na cidade de São Paulo, vai se repetir nas eleições estaduais e para presidente. Devemos continuar este trabalho em 2010 - disse João Carlos Gonçalves, o Juruna, da Força Sindical.

Na verdade, o apoio do governo Lula aos sindicatos foi muito além das representações em conselhos. Lula abriu espaço no governo para a Força Sindical, nomeando Carlos Lupi para o Ministério do Trabalho e Luiz Antonio de Medeiros para a Secretaria Sindical. Com apoio do governo, o Senado derrubou o fim do imposto sindical obrigatório, aprovado pela Câmara. Além disso, Lula vetou a fiscalização dos sindicatos pelo TCU.