Título: Lula diz que não haverá irresponsabilidade fiscal
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Fonte: O Globo, 29/08/2008, O País, p. 14

BRASÍLIA. Diante de parlamentares, ministros e empresários, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que seu governo não permitirá a volta da inflação e nem a irresponsabilidade fiscal. Lula fez a promessa um dia depois de o governo divulgar o projeto de lei para o Orçamento Geral da União em 2009, que é marcado por um aumento de gastos. A proposta orçamentária prevê um aumento de 16,5% da folha de pessoal (ou R$22 bilhões a mais em 2009), e ainda um salário mínimo de R$464,72, mais R$49,72 em relação aos atuais R$415. Segundo dados do Ministério do Planejamento, cada real de aumento no salário mínimo tem um impacto de R$350 milhões nas contas do governo.

- Em hipótese alguma permitiremos a volta da inflação e da irresponsabilidade fiscal neste país. E continuaremos nos esforçando para melhorar ainda mais o ambiente econômico - disse Lula, na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

Lula defendeu os reajustes para servidores que são negocia dos pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo:

- Quem discute salário no governo é Paulo Bernardo. O que ele entender que cabe dentro do Orçamento, daremos. O que entender que não cabe, não daremos.

As despesas com pessoal chegarão a R$155,3 bilhões em 2009 (16,5% maior). Apesar dos recordes na arrecadação, a receita líquida crescerá em ritmo inferior ao das despesas, e haverá aumento da carga tributária.

Lula cobrou a aprovação pelo Congresso das reformas política e tributária, mas ressaltou que o Legislativo terá liberdade para definir as mudanças. Para ele, as instituições devem se tornar "mais transparentes, eficazes e representativas".