Título: Cabo eleitoral de peso
Autor: Barbosa, Adauri Antunes; Aggege, Soraya
Fonte: O Globo, 01/09/2008, O País, p. 05

SÃO BERNARDO DO CAMPO, DIADEMA E SANTO ANDRÉ (SP). Considerado o mais importante cabo eleitoral do ABC paulista, pelos altos índices de popularidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva levou milhares de pessoas a comícios de candidatos a prefeito da região no fim de semana. Lula, que não esteve na campanha municipal de 2004 na região, foi aos palanques apoiar os candidatos do PT.

Em São Bernardo, onde o candidato petista é o ex-ministro Luiz Marinho, Lula estava em casa e disse, mais uma vez, que quando terminar seu mandato voltará para a cidade.

- No dia 2 de janeiro de 2011, quando eu voltar para São Bernardo, porque não vou pra Roma nem para a França, quero ver na cidade os programas que criei e hoje enfrentam boicote da prefeitura - disse na noite de sábado, do palanque na Praça Giovani Breda, bairro Assunção, onde reuniu 12 mil pessoas, segundo assessores de Marinho, número não confirmado na PM.

Sem mencionar o nome do adversário de Marinho, o prefeito William Dib (PSB), que apóia Orlando Morando (PSDB), Lula o chamou de "sujeitinho".

- Sei quanta bobagem esse sujeitinho falou a meu respeito. O que eu vou fazer é eleger o Marinho. A minha vingança não é xingar, mas trabalhar - disse Lula, sempre muito aplaudido.

Em Diadema, para onde foi logo depois do comício em São Bernardo, Lula partiu para o ataque, criticando o atual candidato do PSDB, o ex-petista José Augusto.

- No passado elegemos uma pessoa que está dizendo por aí que é meu amigo. Mas se fosse meu amigo estaria aqui com a gente. Que diabo de amigo é esse que está do outro lado, falando mal de mim?

Ontem de manhã, do palanque de Vanderlei Siraque (PT), em Santo André, Lula disse que quando vai à cidade se sente como há 30 anos, nas greves do ABC. Afirmou ainda que em momentos de crise na Presidência pensa em sua história operária:

- Tinha consciência de que, se eu desse errado, ia demorar mais 150 anos para que um trabalhador pudesse levantar a cabeça e dizer: eu quero ser presidente da República.

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