Título: Crivella exonera 14 funcionários
Autor: Vasconcelos, Adriana; Mascarenhas, Gabriel
Fonte: O Globo, 04/09/2008, O País, p. 9

BRASÍLIA e RIO. O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) surpreendeu ao dispensar de uma só vez nada menos do que 14 funcionários comissionados de seu gabinete. Desde que o Supremo Tribunal Federal editou súmula proibindo o nepotismo nos três Poderes, os parlamentares vêm se adequando à regra. Mas, segundo Crivella, nenhum dos demitidos tem qualquer parentesco com ele. Nem mesmo Adriana Crivella Távora, que exercia a função de assistente parlamentar.

Apesar de carregar o mesmo sobrenome que o senador, Adriana pertenceria a outra família Crivella, segundo a assessoria. Ela só teria sido exonerada ontem, assim como outros 13 colegas, para poder trabalhar na campanha de Crivella à prefeitura do Rio. Aliás, todos os 14 funcionários comissionados do Senado já estavam lotados no gabinete que Crivella mantém no estado e agora serão transferidos para o comitê eleitoral do candidato. Os demitidos eram assistentes parlamentares, com salários que variam de R$1.467 a 2.694, dependendo do nível da função, que vai de AP-3 a AP-6.

Decisão da Mesa do Senado, de 6 de março de 1997, garante liberdade aos senadores para dispor de seus assessores comissionados onde desejarem.

Os exonerados foram: Paulo Henrique Ferreira, Marcos Paulo de Oliveira Luciano, Izabel Cristina Pereira, Eduardo Martins da Silva, Márcia da Rosa Pereira Nunes, Adriana Crivella Távora, José Carlos Medeiros, José André Barbosa, Joelma Rossini dos Santos, Luciana de Freitas Pereira, Adriana da Silva Miranda de Castro, Hélio Paranhos Filho, Josiane Moura da Costa e Sérgio Guilherme dos Santos.

Na inauguração de seu comitê em Copacabana, Zona Sul do Rio, Crivella disse ter atendido a um pedido dos funcionários, que, segundo ele, pediram para participar da campanha:

- Num ato de solidariedade solene e valioso, que me comoveu, eles pediram demissão para atuarem no último mês da campanha.

Questionado sobre seu grau de parentesco com Adriana Crivella, o candidato foi irônico:

- O rapaz que me vende coco na praia chama-se Manoel Pereira da Silva, e não é parente do presidente Lula. Na Itália, a família Crivella é como Silva aqui.