Título: Diretor da PF pede lei mais dura para grampo
Autor: Menezes, Maiá
Fonte: O Globo, 06/09/2008, O País, p. 14

O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, propôs ontem que os equipamentos de escuta telefônica sejam tratados como armas. Ele informou ter enviado ao ministro da Justiça, Tarso Genro, e ao Congresso Nacional a proposta de que a posse do que ele chamou de "parafernália" para o grampo seja considerada crime. Luiz Fernando Corrêa criticou ainda os que, a partir das acusações de abusos de grampos, defendem a restrição do trabalho da PF.

- Não temos medo de controle. Não podemos é restringir, a pretexto dos abusos. Que seja criminalizado portar qualquer parafernália que possa ser utilizada (para grampear).

Ele reclamou das críticas a uma atividade lícita do estado:

- Quando há um incidente criminoso voltam-se os canhões para a atividade lícita do estado. Quero hoje abordar alguém portando equipamentos de escuta que não tem autorização legal e prender em flagrante - disse Luiz Fernando, na inauguração do auditório da Superintendência Regional, no Rio.

Ele disse que as críticas de que a PF tem abusado do uso de grampos existem porque as escutas atingem um percentual de investigados "que se sentem acima da lei". E afirmou que a investigação sobre o uso ilegal de grampos é prioridade da PF.