Título: Feirão cresce e bate recorde
Autor: Pires, Luciano
Fonte: Correio Braziliense, 25/05/2009, Economia, p. 11

Crise econômica não intimida brasilienses, que fecham ou encaminham 5,2 mil negócios envolvendo a compra da casa própria. Movimento financeiro pode atingir R$ 539 milhões. Isabel e Kleber tiram dúvidas no feirão da casa própria: eles buscam um imóvel de dois quartos em Taguatinga ou Ceilândia Em busca de opções de compra e facilidades para adquirir um imóvel novo, usado ou na planta, 37 mil pessoas passaram pelo Pavilhão A do ExpoBrasília, no Parque da Cidade, durante a quinta edição do feirão da casa própria da Caixa. O evento, que teve início sexta-feira e terminou ontem, registrou saldo recorde de 5,2 mil negócios fechados ou quase concluídos e movimentou R$ 539 milhões, superando em R$ 117 milhões o resultado de 2008.

Ao contrário de anos anteriores, a oferta geral de unidades em 2009 privilegiou áreas urbanas tidas como as novas fronteiras imobiliárias. Águas Claras perdeu espaço no conjunto geral de casas, apartamentos e terrenos disponibilizados pela Caixa e seus parceiros. Em contrapartida, Valparaíso, Águas Lindas, Samambaia, Ceilândia e Guará avançaram. Mais pulverizada, a distribuição indica uma tendência positiva do mercado em relação às políticas habitacionais baixadas pelo governo federal, em especial aquelas direcionadas às classes de menor poder aquisitivo.

Cerca de 140 empresas, entre construtoras e imobiliárias, levaram para o feirão pechinchas a R$ 50 mil e artigos de luxo por R$ 1,5 milhão. Com produtos para todos os gostos e bolsos, famílias, casais e investidores contaram com assessoria técnica e jurídica, tiraram dúvidas e fizeram simulações de compra. Os noivos Kleber Souza Possati, 26 anos, e Isabel Ferreira Abrantes, 24 anos, fizeram sua estreia no feirão. Interessado em um apartamento de dois quartos entre R$ 90 mil e R$ 110 mil em Taguatinga ou Ceilândia, o casal queria informações sobre prazo e formas de financiamento. ¿A gente veio procurar, mas não encontramos muita coisa¿, disse o rapaz, lembrando que não vai desistir e que continuará pesquisando ao longo do ano.

O superintendente regional da Caixa, Edalmo Porto Rangel, disse que, de um modo geral, o público que compareceu ao feirão se mostrou mais decidido e bem informado, o que facilitou a assinatura de muitos contratos. ¿As pessoas vieram para fechar negócio mesmo¿, acrescentou. A queda nos juros também ajudou. De acordo com Rangel, as muitas opções de financiamento, a estabilidade econômica e a transparência nas regras colaboraram para que interessados passassem a proprietários de imóveis. O feirão da Caixa segue agora para Recife, Porto Alegre e Fortaleza.