Título: Petróleo forte em Colômbia, Equador e Venezuela
Autor: Jiménez, Andrés Rojas; Daza, Ricardo Santamaría
Fonte: O Globo, 07/09/2008, Economia, p. 43

CARACAS, BOGOTÁ e QUITO. A alta dos preços internacionais do petróleo elevou a receita das exportações de Venezuela, Colômbia e Equador. As vendas da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), por exemplo, cresceram 77,92% no primeiro semestre, para US$48,555 bilhões, em relação ao mesmo período de 2007. A Colômbia não precisa importar petróleo, e o Equador continua exportador líquido do produto. Mas a mudança da matriz energética anda devagar.

A Venezuela criou uma contribuição especial sobre os preços extraordinários do petróleo, que corresponde a uma taxa superior a 50% sobre a receita adicional quando o barril ultrapassar US$70 e 60% quando bater os US$100. Os recursos serão usados no setor de transporte, como ferrovias e metrô.

A receita extra também levou o governo a ampliar a esfera de competência da PDVSA para o setor agroindustrial. E a postergar um reajuste do preço da gasolina, congelado há 11 anos. Não supera US$0,04 o litro.

Na Colômbia, a produção de petróleo está próxima dos 600 mil barris diários, nível não registrado desde a década passada. Isso se deve, em parte, à criação, em 2003, da Agência Nacional de Hidrocarbonetos e da maior competitividade da Ecopetrol, que deixou de ser um monopólio estatal. Também cresceram os investimentos estrangeiros no setor: de US$91,7 milhões no primeiro trimestre de 2001, atingiram US$948,2 milhões em igual período de 2008, segundo o Banco da República, o banco central colombiano.

Refinaria e hidrelétricas nos planos equatorianos

As exportações de petróleo somaram US$6,358 bilhões no primeiro semestre deste ano, contra US$2,906 bilhões em igual período de 2007. E o governo está aproveitando para reduzir os subsídios à gasolina. Outra iniciativa importante foi o impulso dado às fontes alternativas de energia, a partir de 2005. Há fornecimento de biogasolina em Bogotá e 11 estados.

No Equador, o petróleo responde por 79% da matriz energética, mas a produção vem declinando. As três refinarias do país estão deterioradas, porque, projetadas para processar óleo leve, recebem o pesado. Com isso, só abastecem 70% das necessidades do país. Para mudar essa situação, o governo planeja construir outra refinaria.

Outro problema são os subsídios. No primeiro semestre, os equatorianos pagaram um preço médio de US$35 por barril, a terça parte do real (US$111).

A mudança na matriz energética, apesar de lenta, também está nos planos do governo. Serão construídas nove hidrelétricas, e estão previstas mais seis. Juntas, somariam 2.949,8 megawatts (MW), em pleno funcionamento em 2012.

(*) Do El Nacional, (**) do El Tiempo e (***) do El Comercio