Título: Jogo bruto e eleitoral
Autor: Pariz, Tiago; Luiz, Edson
Fonte: Correio Braziliense, 26/05/2009, Política, p. 03

Análise da notícia

CPI da Petrobras virou uma espécie de tribuna eleitoral. Preocupada com o peso das relações entre o governo Lula, o setor produtivo estatal e grandes empresas de infraestrutura, investidores e fundos de pensão na sucessão de 2010, a oposição resolveu atirar na Petrobras. Mirou no que seria uma possível fonte de financiamento de campanha do PT nas eleições de 2010.

Há um eterno ambiente de tensão no mundo do petróleo. O jogo bruto entre as grandes petroleiras não é novidade. Basta ver o atoleiro em que os Estados Unidos se meteram no Iraque durante o governo Bush. Aqui no Brasil, a tensão é grande por duas razões: primeiro, a renegociação dos contratos da Petrobras com seus parceiros comerciais por causa da queda do preço do barril de petróleo; segundo, devido à revisão do marco regulatório de exploração de petróleo, os chamados contratos de risco, que agora são contratos de lucro garantido por causa do óleo da camada de pré-sal.

A aposta da oposição é descobrir um escândalo na Petrobras capaz de abalar a popularidade do presidente Lula e liquidar a candidatura da ministra Dilma Rousseff. A do governo, controlar a CPI e carimbar a oposição como ¿entreguista¿ e ¿privatizante¿, como fez no segundo turno da reeleição de Lula, em 2006. (LCA)