Título: Um abacaxi para os infratores
Autor: Curi, Ludmila
Fonte: O Globo, 19/09/2008, Rio, p. 14
Clone de Chacrinha ajuda em campanha educativa realizada pela CET-Rio no Centro
Emanuel Alencar
No lugar de calouros desafinados, motoristas mal-educados. Ontem, um clone do apresentador Chacrinha ajudou agentes da CET-Rio a distribuir abacaxis a quem parou em cima da faixa de pedestres ou estacionou em fila dupla na Avenida Almirante Barroso, no Centro. A brincadeira fez parte de uma bem-humorada campanha do órgão, que colou em 200 carros adesivos com a inscrição ¿Eu sou um abacaxi para o trânsito da cidade¿. Como o objetivo da prefeitura era apenas alertar os motoristas sobre as infrações, ninguém foi multado.
A campanha ¿Falta de educação no trânsito é um abacaxi para a cidade¿ marcou o início da Semana Nacional do Trânsito e segue até o final de outubro, podendo ser prorrogada. O aposentado Adair Silva, de 74 anos, morador de São Gonçalo, divertiu os motoristas com sua imitação do apresentador Abelardo Barbosa, o Chacrinha. Com uma buzina na mão, Adair entregava os ¿troféus-abacaxis¿ e panfletos informativos aos maus condutores, recebendo em troca sorrisos e saudações.
¿ Li nos jornais que a prefeitura faria uma campanha de conscientização no trânsito e decidi participar voluntariamente ¿ disse.
Abordado pelo ¿Chacrinha¿ e pelos agentes da CET-Rio por ter parado seu Ford Pampa em cima da faixa de pedestres, o comerciante Antônio José da Silva apoiou a iniciativa e fez um mea-culpa:
¿ Às vezes faço besteira, mas é sem querer. A campanha é importante e divertida.
O taxista Fábio Antunes também considerou a campanha positiva:
¿ As pessoas estão com muita pressa no trânsito. Agora há pouco, um cara quase arrancou meu retrovisor. Essa campanha conscientiza com irreverência.
Diretora do Centro de Educação Para o Trânsito da CET-Rio, Virgínia Salerno explicou por que os infratores não estão sendo multados:
¿ Embora os fiscais tenham esse direito, o objetivo é conscientizar. Até o final de outubro, serão distribuídos cinco mil adesivos e cinco mil folhetos lembrando o valor das multas e a pontuação das principais infrações. Um trânsito mais humano passa por fiscalização, engenharia e educação. Sem educação, não há como melhorar. Se a campanha der certo, continua até o final do ano.