Título: Simpatizantes entraram armados
Autor: Aggege, Soraya; Coimbra, Rafael
Fonte: O Globo, 25/09/2009, O Mundo, p. 32

SÃO PAULO e BRASÍLIA. Cerca de 20 apoiadores do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, entraram armados na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, a capital hondurenha. As armas foram recolhidas na terça-feira, um dia depois da chegada de Zelaya à embaixada.

¿ Foi o próprio presidente Zelaya quem conversou com seus apoiadores e lhes pediu que nos entregassem as armas. Ele argumentou que lá fora os homens estavam armados com fuzis e outras armas muito mais pesadas e que, se houvesse uma invasão da embaixada e encontrassem pessoas armadas, poderia haver um banho de sangue. Ele disse que não queria sangue ¿ afirmou o brasileiro Wilson Batista, responsável pelo serviço de comunicação da Embaixada do Brasil.

Segundo Batista, os hondurenhos entregaram as armas sem resistências e elas foram colocadas num cofre, em uma área secreta da embaixada.

¿ Não há nenhuma possibilidade de essas armas serem utilizadas por alguém ¿ afirmou o funcionário da embaixada.

Ao condenar ontem a ocupação da Embaixada do Brasil em Honduras por simpatizantes de Zelaya, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), disse ter recebido informações de que algumas pessoas estariam armadas. Logo depois, Azeredo recebeu um telefonema do chanceler brasileiro Celso Amorim, que lhe informou o esforço do governo brasileiro para esvaziar a embaixada em Honduras e evitar seu uso político por parte de Zelaya.

De acordo com o senador mineiro, Amorim teria lhe informado que o número de ocupantes da embaixada brasileira teria caído para 60 pessoas.

Para Azeredo, porém, esse número continua sendo inaceitável.

¿ No máximo, a embaixada poderia abrigar Zelaya e a família. Mais ninguém ¿ disse Azeredo.