Título: Caminhada do PV pelo clima vira ato de campanha de Marina
Autor: Carvalho, Jailton de
Fonte: O Globo, 28/09/2009, O País, p. 4

Ex-ministra assume ser "a pré-candidata prioritária" do seu novo partido

MARINA E GABEIRA à frente da caminhada na orla: gritos de "presidente"

Em clima de campanha, a senadora Marina Silva (AC), provável candidata do PV à Presidência da República, participou ontem do primeiro ato público desde sua filiação ao partido, após a saída do PT. A caminhada "Brasil no clima" foi organizada pelo PV com o pretexto de cobrar do governo federal uma posição mais clara em relação às mudanças climáticas, mas acabou marcada por gritos de "Marina, presidente". Debaixo de sol forte, cerca de 400 pessoas participaram do ato, entre militantes do PV e banhistas que se juntaram à caminhada, do Leblon ao Arpoador.

Em meio a bandeiras do PV e como centro das atenções, a senadora evitou falar nas eleições presidenciais e, quando perguntada sobre o assunto, repetia que a candidatura de seu partido só será definida em 2010. Assumiu, no entanto, que é "pré-candidata prioritária" da legenda:

- O PV honrosamente me colocou como pré-candidata prioritária.

Em relação às mudanças climáticas, a senadora cobrou do governo federal uma postura ousada e transparência em relação à posição que o Brasil levará para a reunião de Copenhague, em dezembro, que vai estabelecer um novo tratado mundial para redução das emissões de carbono:

- Quando eu era ministra, já havia posições refratárias em relação às mudanças climáticas. Mas não podemos ser surpreendidos em cima da hora com uma proposta do governo brasileiro, pois isso tem que ser feito com a população.

A senadora passou a caminhada ao lado do deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) e do vereador Alfredo Sirkis (PV). Gabeira é o provável candidato do partido ao governo do estado no Rio. O PV vive impasse com o PSDB sobre uma possível coligação das duas legendas no Rio. Gabeira disse que há reunião marcada para mês que vem entre PV, PSDB, DEM e PPS para definir as candidaturas, mas reafirmou que teme causar ambiguidade para os eleitores.

- A dificuldade com o PSDB é que são dois palanques, uma vez que eles vão apoiar o Serra, e eu, a Marina - disse o deputado.