Título: Líderes tentam evitar vagas nos estados
Autor: Franco, Bernardo Mello; Guardiola, Graziela
Fonte: O Globo, 26/09/2009, O País, p. 8

Grupo de 37 senadores é contra medida que facilitaria a campanha

BRASÍLIA. Os líderes de PT, PSDB e DEM, que juntos representam 37 senadores, vão tentar reverter a decisão da Mesa do Senado que autorizou o deslocamento de mais três funcionários comissionados das lideranças para trabalharem nos estados. A medida beneficiou ainda os 11 integrantes da Mesa, que também ganharam esse direito. O presidente José Sarney (PMDB-AP) justificou a iniciativa, divulgando documento assinado por sete dos 15 líderes da Casa.

A lista é encabeçada pelo líder do PSB, Antonio Carlos Valadares (SE), cuja bancada é formada por ele e Renato Casagrande (PSB-ES), que foi contra a iniciativa. Dos maiores partidos, só o PMDB (17 senadores) apoiou oficialmente a medida. Na lista estão líderes de si próprios como Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Francisco Dornelles (PP-RJ). Assinaram ainda os líderes Osmar Dias (PDT-PR) - bancada de cinco -; e Marcelo Crivella (PRB-RJ), que representa a si e a Roberto Cavalcanti (PRB-PB). Raimundo Colombo (DEM-SC) apoiou como líder da Minoria.

Já o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), começou a se articular para tentar reverter a decisão. Primeiro líder a discordar publicamente da medida, José Agripino (DEM-RN) está preocupado em não criar um confronto, mas disse que fará um apelo aos colegas. Arthur Virgílio (PSDB-AM) promete apresentar requerimento para que a decisão seja submetida ao plenário.

Pedro Simon (PMDB-RS) apelou para que a Mesa voltasse atrás na decisão. E reclamou da divulgação, pela Mesa, da extinção de 500 cargos no Senado que não estavam preenchidos:

- Foi ridículo. O que a imprensa diz é que esse ato da extinção de mentirinha foi para passar o outro, em que membros da Mesa e líderes têm direito a alocar mais funcionários em seus estados, para fazer campanha política.