Título: Papel dos emergentes cresceu
Autor: Scofield Jr., Gilberto
Fonte: O Globo, 26/09/2009, Economia, p. 28
PARIS. Para o economista Henri Sterdyniak, do Observatório Francês de Conjunturas Econômicas (OFCE), os países ricos não podem mais decidir por todo o planeta.
O que significará a ampliação do G-8 para G-20?
STERDYNIAK: Os países ricos do G-8 não podem mais decidir por todo o planeta. Problemas no comércio internacional, mudanças climáticas e regulamentação estão cada vez mais mundiais. Países emergentes como Brasil, China e Indonésia têm um papel cada vez mais importante na escala mundial. Era preciso criar um novo organismo internacional para gerir as questões econômicas mundiais. É um progresso importante, se funcionar.
Há mudança na relação entre ricos e emergentes?
STERDYNIAK: Forçosamente haverá uma mudança durável. A crise acentuou o enfraquecimento dos grandes países industrializados e o aumento do poder das nações emergentes, que continuarão sua expansão.
Os emergentes terão mais peso no FMI. É suficiente?
STERDYNIAK: Os emergentes jogam um papel cada vez mais importante no sistema financeiro internacional, porque são eles os que mais poupam, acumulam reservas. São hoje suficientemente ricos para emprestar dinheiro aos países pobres sem passar pelo FMI. O único porém é que eles não têm ainda um sistema financeiro autônomo. Alguns continuam a aplicar dinheiro nos mercados de EUA e britânico.
O que você espera da reunião do G-20?
STERDYNIAK: Metade do caminho foi feito. O que esperamos é que o G-20 se organize para regulamentar a economia mundial.