Título: Toffoli, sabatinado hoje, faz campanha na CCJ
Autor: Brígido, Carolina
Fonte: O Globo, 30/09/2009, O País, p. 10

Candidato de Lula a ministro do STF volta a visitar senadores para garantir mínimo de 12 apoios em votação secreta

BRASÍLIA. Na véspera da sabatina a que será submetido hoje na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), o advogadogeral da União, José Antonio Toffoli, aumentou ontem o ritmo de visitas aos senadores.

Repetiu o percurso aos gabinetes de governistas e opositores para tentar convencêlos de que é uma pessoa qualificada para ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), função para a qual foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para ajudá-lo na tarefa, um grupo de procuradores da Advocacia Geral da União (AGU) também visitou senadores.

Mas, na AGU, a popularidade de Toffoli não é unanimidade: um grupo de servidores programa para hoje uma manifestação na CCJ, com direito a faixa de protesto contra a indicação de Toffoli para o STF.

Entre os 23 integrantes da CCJ, só quem deve fazer discurso contra Toffoli é Álvaro Dias (PSDB-PR). Ontem, Dias admitiu que não há outros senadores dispostos a ser mais rigorosos na sabatina ao candidato.

Mas, como a votação é secreta, ele tem esperança de que o placar seja apertado, apesar de provavelmente favorável a Toffoli.

O governo precisa obter pelo menos 12 votos na CCJ para garantir a aprovação dele.

¿ Vou me posicionar na sabatina.

Não creio que a oposição vá fazer o mesmo. Ninguém quer se manifestar publicamente.

Mas, na hora de votar, é diferente ¿ disse Dias.

Ontem, de passagem pela Câmara dos Deputados, o secretáriogeral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Dimas Lara Barbosa, declarou apoio a Toffoli: ¿ Ele tem sempre declarado ser pessoa católica. Temos testemunho não só de sua competência mas também do seu proceder ético. Nesse sentido, esperamos sim que o Poder Judiciário possa cada vez mais exercer sua função, agora com a colaboração do futuro ministro Toffoli, para fazer a Justiça acontecer.

Toffoli é católico praticante.

O irmão dele, José Carlos Dias Toffoli, é cônego em Marília, em São Paulo, e já foi secretárioexecutivo da Campanha da Fraternidade, da CNBB.

Toffoli pediu à CCJ que reserve lugares para convidados dele: os ex-ministros do STF Sepúlveda Pertence e Maurício Corrêa, o advogado petista Sigmaringa Seixas e o jurista Ives Gandra Martins. Também incluiu na lista um filho do ministro do STF Carlos Alberto Direito. O ministro morreu no dia 1º e Toffoli foi indicado para substituí-lo.