Título: Fundos FGTS-Vale são melhor aplicação do mês
Autor: Frisch, Felipe; Schreiber, Mariana
Fonte: O Globo, 01/10/2009, Economia, p. 30

Rendimento em setembro foi de 10,63%. Bolsa de SP fechou ontem na máxima no ano e o dólar, na menor cotação em 12 meses

RIO e NOVA YORK. As carteiras de ações de quem aplicou parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em papéis da Vale, os fundos FGTS-Vale, foram, novamente, a melhor aplicação do mês. Em setembro, as carteiras renderam 10,63%, superando os fundos de ações que replicam a carteira do Índice Bovespa (Ibovespa), que tiveram ganho de 6,19%. Já os fundos FGTS-Petrobras renderam 5,49%. Os dados são da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) e vão até o dia 24. Mas o resultado deve se manter com o fechamento do mês, deixando os fundos FGTS-Petrobras em segundo lugar, já que as ações da estatal renderam 11,18% em setembro.

As ações da Vale subiram 11,30%, o que também deve se refletir nos fundos.

Entre os indicadores, o mercado de ações também foi o que teve melhor desempenho, com o Ibovespa tendo registrado alta de 8,90% e de 63,83% no ano. No mês, o dólar acumulou perda de 6,24%. Com isso, os fundos cambiais encerraram setembro como a pior aplicação do mês, situação que se repete no resultado do ano, até o momento, com essas carteiras acumulando perda de 21,21%. O dólar, no ano, acumula perda de 24,08%.

Com o resultado de setembro e a queda do dólar no período, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) se consolida como a de melhor desempenho entre os principais mercados de ações do mundo. Em dólares (descontando a variação cambial, para permitir a comparação com outras bolsas), o Ibovespa acumula alta de 114,34% no ano e de 15,41% no mês. No mês, a liderança é absoluta da Bolsa paulista.

No ano, entre as principais do mundo e da América Latina, só perde para a peruana, que rende 133,85%, em dólares.

Ontem, impulsionada pela valorização de ações de bancos e de empresas de commodities, a Bovespa fechou em leve alta, atingindo nova pontuação máxima no ano. O Ibovespa subiu 0,46%, para 61.518 pontos, maior nível desde 16 de julho de 2008 (62.056 pontos). Já o dólar comercial fechou com queda de 1,17%, cotado a R$ 1,772, menor patamar desde 5 de setembro de 2008. A moeda americana chegou a recuar a R$ 1,765, levando o Banco Central (BC) a comprar dólares no mercado à vista, por R$ 1,7669. O BC informou ontem que comprou US$ 966 milhões no mercado à vista entre os dias 21 e 25 de setembro.

Bolsa americana tem melhor trimestre desde 1998 Segundo o diretor de Câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues, a formação da Ptax (média das cotações ponderada pelo volume, que serve de base para a liquidação dos contratos negociados no mercado futuro com vencimento em outubro) deu o tom dos negócios ontem.

A expectativa dos analistas é que o dólar continue caindo ante o real devido às novas ofertas de ações agendadas na Bovespa, que devem atrair mais investidores externos. Só a oferta do Santander pode movimentar mais de R$ 15 bilhões. Além disso, o Tesouro Nacional realizou uma captação no exterior, o que deve estimular empresas a buscarem recursos lá fora.

Com o forte avanço de investimentos financeiros, o fluxo cambial ¿ entrada e saída de moeda estrangeira no país ¿ voltou a ficar no azul em setembro. Segundo o BC, entre os dias 1oe 25, o saldo estava positivo em US$ 1,060 bilhão, sendo que até o dia 22 havia déficit de US$ 991 milhões.

As bolsas americanas, que chegaram a recuar mais de 1%, fecharam com pequenas quedas.

O Dow Jones caiu 0,31%, enquanto Nasdaq perdeu 0,08% e S&P 500, 0,33%. O pessimismo se deveu à piora na atividade industrial na região de Chicago em setembro, segundo relatório da Associação dos Gerentes de Compras. O índice para a região caiu de 50 em agosto para 46,1 pontos. Além disso, o setor privado dos EUA cortou 254 mil postos de trabalho entre agosto e setembro, segundo dados da ADP, empresa que processa folha de pagamentos.

Apesar disso, segundo o site Yahoo! Finance, Wall Street teve o melhor trimestre desde 1998.

Dow e S&P avançaram 15% no período, e Nasdaq, 15,7%.

Já o petróleo avançou 5,9% ontem em Nova York, para US$ 70,61, devido à queda nos estoques de gasolina nos EUA. Em Londres, o barril do tipo Brent subiu 5,5%, para US$ 69,07, segundo a Bloomberg News

(*) Com agências internacionais