Título: Primeira visita do COI será em novembro
Autor: Marqueiro, Paulo; Schmidt, Selma
Fonte: O Globo, 05/10/2009, Rio, p. 8

União, estado e prefeitura estudam formas de reduzir a burocracia na execução dos projetos dos Jogos

RIO e COPENHAGUE. Membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) farão em novembro a primeira visita ao Rio para coordenar o programa de trabalho para os próximos sete anos, até os Jogos de 2016. Até lá, segundo o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, nada deverá ser feito.

- Na primeira reunião com o COI, recebemos a instrução para não fazer nada neste mês - disse Nuzman ao desembarcar ontem no Aeroporto Internacional Tom Jobim com o secretário-geral do COB, Carlos Roberto Osório, e a bandeira do Brasil nas mãos.

Segundo Nuzman, o calendário para 2010 já está pronto. Uma equipe de observadores do Brasil vai acompanhar as Olimpíadas de Inverno em Vancouver, no Canadá. O prefeito Eduardo Paes e o governador Sérgio Cabral voltaram da Europa no jato particular do empresário Eike Batista. Os dois chegaram algumas horas antes do voo de Nuzman e Osório.

Lula diz que haverá fiscalização internacional

A União, o estado e a prefeitura estudam limitar os poderes da Autoridade Pública Olímpica (APO), entidade que será criada para supervisionar os trabalhos da Rio 2016. O nome de quem vai dirigir a APO, que supervisionará a execução dos investimentos, ainda não está definido. O objetivo, segundo fontes ligadas ao projeto, é evitar perda de tempo com discussões legais sobre a estrutura jurídica da APO, como aconteceu com o comando de Londres 2012.

Pela proposta prevista no caderno de encargos do Rio, a APO teria autonomia para adquirir terrenos por desapropriação; e projetar, licitar e entregar os principais projetos de infraestrutura, como instalações esportivas e de transportes.

- Nós vamos tratar disso nas próximas semanas. A APO deverá se limitar a exigir dos órgãos públicos o cumprimento de prazos dos projetos. Londres atrasou em um ano e oito meses seu cronograma físico-financeiro por causa de discussões legais. Há também dúvidas da legalidade de transferir projetos e orçamentos de entes públicos para uma terceira entidade. Se houver questionamentos judiciais obras poderiam atrasar - explicou um integrante das equipes de governo responsáveis pela campanha do Rio.

Na Bélgica, onde está em visita oficial, além de se dizer preocupado com a velocidade das obras para a realização das Olimpíadas, o presidente Lula afirmou que os Jogos de 2016 terão fiscalização internacional e nacional e que o povo brasileiro saberá vigiar o uso do dinheiro. Lula voltou a defender um intercâmbio de informações com outras capitais olímpicas e disse novamente que ganhar as Olimpíadas foi a sua maior conquista.

* Enviado especial