Título: Europeus podem perder predomínio no comando do Fundo Monetário
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Fonte: O Globo, 05/10/2009, Economia, p. 20

DISCUTINDO AS FINANÇAS: Strauss-Kahn quer injeção de pelo menos US$1 tri

Instituição promete adotar processo "baseado em mérito e transparente"

ISTAMBUL. Além da alteração em sua estrutura de votação, o Fundo Monetário Internacional (FMI) pode passar por outra reforma: o fim do controle europeu na chefia do organismo. Os países-membros do FMI se comprometeram ontem a dar acesso a integrantes de outras regiões do mundo.

"Queremos adotar um processo aberto, baseado em mérito e transparente para a seleção do FMI", afirma o comunicado divulgado pelo Comitê Monetário e Financeiro Internacional, que representa os 186 países-membros da instituição.

A decisão, afirma o texto, será tomada na próxima reunião do Fundo, em abril de 2010, em Washington.

Desde sua fundação, em 1944, todos os diretores-gerentes do Fundo foram europeus, enquanto o "número dois" era sempre americano. Em troca, os Estados Unidos ficavam com a presidência do Banco Mundial (Bird).

O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, também fez um apelo ontem por um aumento significativo nos recursos da organização - de US$1 trilhão ou mais. Ele afirmou que isso é necessário para que os países em desenvolvimento saibam que poderão contar com o FMI em meio a uma crise.

- Este encontro pode marcar o início de um novo FMI - disse Strauss-Kahn ao "Wall Street Journal". - E vocês poderão dizer depois a seus netos que estavam em Istambul nessa ocasião.