Título: Santander capta R$ 14 bi na maior oferta de ações do ano no mundo
Autor: Frisch, Felipe
Fonte: O Globo, 07/10/2009, Economia, p. 24
Valor de mercado supera BB. Papel sai a R$ 23,50, no meio da faixa de preço
O Santander vai levantar até R$ 14,1 bilhões na oferta pública de ações que o banco está fazendo e cujos papéis começam a ser negociados hoje na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
A operação é considerada a maior oferta pública de ações do ano, superando a da China State Construction, que vendeu US$ 7,56 bilhões (R$ 13,245 bilhões).
No Brasil, só perde para a da Vale, que levantou R$ 19,434 bilhões ano passado.
Com o valor levantado, o banco espanhol passa a ter valor de mercado de R$ 88 bilhões no país, ultrapassando o Banco do Brasil, com valor de R$ 78 bilhões, mas ainda distante de Bradesco e Itaú Unibanco, com valores de R$ 100 bilhões e R$ 147 bilhões, respectivamente.
Apesar de o banco já ter ações em Bolsa, seus papéis, remanescentes do Banespa, são pouco negociados. Por isso, a oferta é considerada pelo mercado uma oferta pública inicial (IPO, em inglês). Se fossem consideradas só as aberturas de capital, esta seria a maior da história da bolsa brasileira, superando até mesmo a VisaNet, que levantou R$ 8,397 bilhões, em junho.
Na verdade, o banco está vendendo certificados de ações (units). Cada unit reúne 55 ações ordinárias (ON, com voto) e 50 preferenciais (PN, sem voto). Na largada, o banco já captou R$ 12,337 bilhões, com 525 milhões de units, e tem autorização para o lote suplementar de 75 milhões de units, que pode levar a oferta aos R$ 14,1 bilhões. O banco não registrou o lote adicional previsto de 25 milhões de units, que poderiam já ser lançadas hoje.
Cada unit saiu a R$ 23,50, no meio da faixa estimada no prospecto preliminar, que ia de R$ 22 a R$ 25. Segundo especialistas, o preço abaixo do teto e a falta do lote adicional podem demonstrar que a demanda foi baixa.
Mas pode ser ainda uma estratégia para valorização das ações na estreia. A operação mais recente do setor, da VisaNet, saiu no teto, e as de Redecard, Bovespa Holding e BM&F, todas em 2007, ultrapassaram os limites.