Título: Tarso vê ponto positivo no vazamento das provas
Autor: Suwwan, Leila
Fonte: O Globo, 08/10/2009, O País, p. 8

Ministro diz que, com o problema, a sociedade ficou "consciente da importância" do Enem

BRASÍLIA. O ministro da Justiça, Tarso Genro, conseguiu encontrar ontem um aspecto positivo no episódio do vazamento que provocou o atraso de dois meses na aplicação das provas do Enem:

- Eu disse ontem ao Fernando (Haddad, ministro da Educação) que foi bom o que aconteceu, porque não apenas nós, mas toda a sociedade brasileira se tornou consciente da grande importância que tem o Enem para a educação no Brasil.

Tarso disse que toda a estrutura de inteligência da PF vai atuar para evitar fraudes na realização do Enem. O MEC já encaminhou à polícia um plano de segurança com as medidas que considera necessárias para impedir vazamentos durante a impressão, distribuição, aplicação e correção das provas.

- Um grupo de marginais não pode atrapalhar uma questão fundamental para nosso país. Vamos jogar toda estrutura de inteligência da Polícia Federal para acompanhar. Se for preciso, a Força Nacional vai em pontos fundamentais para dar segurança à distribuição das provas. Nós vamos fazer um exame magnífico - disse Tarso, após solenidade de entrega de armas não letais, viaturas e formatura de um batalhão de elite da Força Nacional, na frente do Congresso.

O plano de segurança proposto pelo MEC prevê a participação das polícias militares nos estados, da Força Nacional de Segurança Pública, de uma gráfica certificada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e dos Correios.

O Inep, órgão do MEC responsável pelo Enem, preparou três novas provas, cada uma com 180 questões. Elas estão arquivadas num computador da sala-cofre do instituto em Brasília. De lá, deverão ser levadas em disquete por funcionários do Inep para uma gráfica na região metropolitana de São Paulo, sob escolta de policiais federais.

Ainda ontem, técnicos do FNDE terminariam de vistoriar duas gráficas classificadas como de máxima segurança, ambas na Grande São Paulo. Nelas, a impressora fica num ambiente fechado, e a própria máquina empacota os testes, ou seja, ninguém manuseia as folhas. Para ter acesso ao local, os funcionários devem trocar de roupa e usar vestimenta sem bolsos.

Os Correios levarão as provas até os cerca de 1.800 municípios e ficarão responsáveis pelo armazenamento até o dia do teste, quando policiais militares encaminharão os pacotes até os locais de realização do exame.