Título: Campanha já tem grupos de trabalho
Autor: Camarotti, Gerson; Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 08/10/2009, O País, p. 10

Marco Aurélio Garcia coordenará equipe que cuidará do programa de governo.

BRASÍLIA e SÃO PAULO. Além do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), que cuidará das campanhas petistas em todo o país, a direção do PT criou uma segunda equipe, coordenada pelo assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, para elaborar o programa de governo da pré-candidata a presidente Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil. Esse grupo vai moldar a ministra como candidata, formatando principalmente seu discurso na tentativa de aproximá-la do eleitorado.

Integram o grupo os deputados Ricardo Berzoini (SP), presidente do PT, e Antonio Palocci (SP) e o ex-prefeito de Guarulhos Elói Pietá, entre outros. A bancada do Senado irá indicar um representante, e a da Câmara, dois. Os dirigentes minimizam a alegada dificuldade da ministra de se dirigir ao povo.

- O discurso da Dilma é o da continuidade. Quem tem problema de discurso no palanque é a oposição, que vai ter que dizer o que vai botar no lugar de tudo o que foi feito. Sobre falta de carisma da Dilma, o (José) Serra também não é uma Brastemp em se tratando de simpatia - disse José Eduardo Dutra, candidato a presidente do PT e que, se eleito, assumirá a vaga de Berzoini.

O grupo de trabalho, para elaborar o programa de governo, usará o conjunto da obra do presidente Lula como principal linha. A intenção é fazer um programa que indique continuidade, mas com avanços. Listado para participar do grupo, o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, ficou de fora por falta de tempo.

Em São Paulo, as declarações da ex-ministra Marta Suplicy (PT) contra a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao governo paulista, defendida pelo presidente Lula, irritaram a cúpula petista. Embora mantenha aberta a possibilidade de candidatura própria, o PT paulista reafirmou que tem disposição de lançar Ciro ou outro nome da base para a sucessão de José Serra.

Segundo o presidente do PT paulista, Edinho Silva, as declarações de Marta não representam a realidade do partido nem o tom da reunião.

- Essa posição não foi colocada na fala de Marta na reunião. Só se for posição pessoal dela - disse Edinho.